terça-feira, novembro 21, 2006

Semana da Ciência e da Tecnologia 2006


A Semana da Ciência e da Tecnologia, é uma iniciativa do Ministério da Ciência, que decorre entre 20 e 24 de Novembro. O departamento de Biologia não podia deixar de se associar a esta data.
Pretendemos dar a conhecer o que se faz no nosso laboratório, como se faz e quem faz… A ideia principal é promover o gosto pela descoberta e pela exprimentação...

Foram dinamizadas várias actividades práticas pelos alunos do 11º ano, para os colegas mais novos (a partir do 3º ano). Entre as actividades de maior sucesso destacamos: a observação ao microscópio de células do próprio corpo, a extracção de ADN de uma banana, a observação/dissecação de órgãos (coração e pulmões) e a medição (com sensores) do ritmo respiratório.

A ciência e o ensino experimental no Colégio Valsassina


Uma Ciência é sempre uma tentativa de representação da realidade que nos cerca. Esta representação, feita através de modelos que construímos mentalmente, deve ser o mais simples, abrangente e coerente possível, e permitir fazer previsões sobre o futuro dos sistemas que se pretendem representar. Entende-se naturalmente aqui como futuro qualquer instante posterior à observação com base na qual a previsão é feita. O único critério objectivo que nos permite avaliar a validade dos modelos criados é o acordo ou desacordo dessas previsões com o comportamento dos sistemas em estudo.
Definida desta forma não existe qualquer dúvida de que, sendo única a realidade que nos cerca, o mesmo se deve passar relativamente à Ciência. Ou, dito de outra forma, os diferentes ramos da Ciência hoje existentes são apenas o resultado de diferentes processos de construção de modelos relativos a diferentes aspectos da realidade que, sendo de alguma forma ainda incipientes, estão neste momento relativamente longe de se interpenetrarem para, fundindo-se, conduzirem a uma representação global da realidade

Deste modo, a ciência não é mais do que uma cultura caracterizada por maneiras de pensar e de fazer, que, à semelhança de outras culturas, só se adquire pela via da prática, participando em actividades que, no pior dos casos, simulam a investigação. O processo científico visa a produção de explicações para observações feitas em contextos específicos. As condições (os contextos) em que se faz ciência biológica nos nossos dias são cada vez mais difíceis de reproduzir fora dos laboratórios especializados.

No Departamento de Biologia pretendemos promover trabalho experimental, não como um processo linear (que caminha dos factos para as ideias), mas como um processo investigativo que envolve vários métodos e explicações, onde a criação, a incerteza, a autocrítica e a heterocrítica e o erro possam desempenhar um papel fundamental. Neste contexto, sugere-se a realização de actividades práticas estruturadas de manipulação, observação e medição, com o propósito de desenvolver capacidades práticas e técnicas básicas. Em paralelo pretendemos desenvolver investigações experimentais, o que irá contribuir para a aquisição de competências técnicas úteis para o prosseguimento das referidas investigações.

Deste modo, surgem momentos em que os alunos podem debater e confrontar ideias, levando a uma maior compreensão das teorias e conceitos subjacentes ao fenómeno em estudo.
É nossa convicção que o ensino de natureza experimental, e a relação concreta que proporciona com os saberes, permite motivar e mesmo entusiasmar muitos jovens para o estudo das ciências. Atrair jovens para o estudo e para a investigação em ciências é um dos objectivos do trabalho realizado no departamento de Biologia, através do qual pretendemos contribuir para a construção de uma sociedade mais moderna e mais desenvolvida a todos os níveis.

Prof. João Gomes

quarta-feira, junho 28, 2006

Sexo em função da necessidade


O Labroides dimidiatus, ou peixe limpador, chega a atingir, no seu habitat natural, até 10 cm de comprimento e vive geralmente em cardumes de 8 a 10 exemplares, embora cada um com seu próprio território e sempre próximos a corais ou rochas, onde recebem a "visita" de outros peixes maiores, a quem limpam as escamas, brânquias e boca alimentando-se dos parasitas que aí viviam.
Nesses cardumes, apenas um exemplar é macho, um indivíduo de maior tamanho, e é ele que domina as fêmeas, com quem se reproduz, situadas numa escala hierárquica de acordo com o tamanho.
Quando o macho morre, a fêmea de maior tamanho ocupa o seu território e passa a comportar-se como macho, mudando inclusivamente de sexo – e subsequentemente produzindo gâmetas masculinos – alguns dias depois.
Essa mudança é propiciada pelos tecidos testiculares existentes nos ovários das fêmeas e que só entram em actividade quando estas se passam a comportar como um macho.

domingo, abril 02, 2006

Rituais de acasalamento e selecção




A selecção natural operou a especialização, bem como a extinção de espécies. Ao longo do tempo geológico, o balanço deste processo favoreceu nitidamente o aparecimento de novas espécies, ou, dito de outra maneira, a biodiversidade. A biodiversidade refere-se à variabilidade dos seres vivos que se encontram no mundo natural. O conceito abrange a diversidade genética das espécies, a diversidade genética dentro de uma dada espécie, e também a diversidade dos ecossistemas e habitats.
Para a manutenção desta grande biodiversidade, os seres praticam diversos tipos de reprodução: reprodução assexuada (tipo de reprodução em que os novos indivíduos se formam sem que ocorra a formação de gâmetas; ocorre fundamentalmente nos seres vivos inferiores, microrganismos e plantas) e reprodução sexuada (tipo de reprodução que requer a união de duas células reprodutoras - gâmetas - para que ocorra a fertilização). No caso da reprodução sexuada, pode ou não envolver o acasalamento de macho e fêmea. Existem vários tipos de acasalamento: poliginia (quando várias fêmeas acasalam com um macho), poliandria (quando vários machos acasalam com uma fêmea) e monogamia (quando um único macho acasala com uma única fêmea).



No decorrer do acasalamento ocorrem diversos rituais típicos para a sedução do oposto. Portanto, os rituais de acasalamento são o conjunto de rituais de sedução que são exercidos por um macho ou fêmea para cativar o interesse do oposto com o fim da procriação: se o acasalamento em questão for do tipo poliginia (quando várias fêmeas acasalam com um macho), quem pratica os rituais normalmente são as fêmeas; se o acasalamento em questão for do tipo poliandria (quando vários machos acasalam com uma fêmea), são os machos que praticam os rituais; se o acasalamento em questão for do tipo monogamia (quando um único macho acasala com uma única fêmea), qualquer um dos intervenientes no acto podem executar os rituais.
Estes rituais de acasalamento são praticados normalmente entre seres da mesma população (conjunto de indivíduos da mesma espécie que ocupa uma determinada área geográfica). Os rituais são praticados de diversos modos, com vista a clarificar as características de cada ser, como por exemplo: os albatrozes combatem entre si para determinar quem é o mais forte e apto para reprodução, ou seja, os albatrozes ao combaterem demonstram quais as suas melhores qualidades (agilidade, força, inteligência, velocidade etc.); no caso de algumas aves de pequenas dimensões, o acasalamento ao ser do tipo monogamia, cada um dos intervenientes (macho e fêmea) exibe-se e demonstra algumas qualidades pessoais (astúcia, inteligência, cânticos, etc.).
Após os rituais, há a chamada selecção do indivíduo dominante, isto é, do indivíduo mais apto para a reprodução. Esse indivíduo que possua a combinação de genes que lhe confiram um conjunto de características mais vantajosas, será seleccionado em relação a outros menos favorecidos da mesma população.


Pode-se afirmar então, que estes rituais têm como objectivo a selecção do indivíduo (macho ou fêmea) que possua a combinação de genes que lhe confiram um conjunto de características mais vantajosas em relação a outros menos favorecidos da mesma população, para que este se reproduza de transmita esses genes ao futuro da população, ou seja, aos descendentes.


Rodrigo Loureiro, 11º 1

Pegada Ecológica



A Pegada Ecológica constitui uma forma de medir o impacto humano na Terra. Este conceito, desenvolvido por Mathis Wackernagel e William Rees, no livro “Our Ecological Footprint - Reducing Human Impact on the Earth” (1996), exprime a área produtiva equivalente de terra e mar necessária para produzir os recursos utilizados e para assimilar os resíduos gerados por uma dada unidade de população. Pode ser calculada para um indivíduo, uma comunidade, um país, ou mesmo para a população mundial. Por outras palavras, a Pegada Ecológica avalia a extensão com que uma dada população se apropria do espaço biologicamente produtivo. A Pegada Ecológica permite calcular a área de terreno produtivo necessária para sustentar o nosso estilo de vida. Uma vez que as pessoas usam recursos de todas as partes do mundo, e afectam locais cada vez mais distantes com os seus resíduos, esse espaço é, geralmente, o somatório de uma série de pequenas áreas distribuídas por todo o planeta que, na sua totalidade, tem vindo a aumentar.




Para calcular a Pegada Ecológica é necessário estimar o consumo de bens e serviços e a produção de resíduos da unidade de população em estudo. Esses bens e serviços incluem várias categorias, como os alimentos, o vestuário, o transporte, a energia, o lazer, a habitação, os produtos com origem na madeira (lenha, papel, mobiliário...), etc. Posteriormente, estima-se a área necessária à produção de cada um desses bens, dividindo a sua média anual de consumo, pela média da sua produtividade. Cada uma dessas áreas é considerada equivalente a um tipo de área biologicamente produtiva, e a sua soma constitui a Pegada Ecológica. As áreas consideradas biologicamente produtivas são as seguintes: área cultivada; área de pasto; área de floresta; área de recursos marinhos; área construída e área de floresta necessária para absorver as emissões de dióxido de carbono associadas ao consumo de combustíveis fósseis. De notar que, nos estudos até aqui realizados, ainda não foi possível entrar em consideração com variáveis importantes, como os consumos de água e a libertação de poluentes tóxicos, por insuficiência de dados, pelo que os valores das Pegadas Ecológicas apresentados têm sido subestimados. Dividindo a área produtiva pela população mundial, que em 1996 era de 5,7 biliões de habitantes, cada pessoa teria disponíveis, se os recursos fossem igualmente distribuídos, 2,2 hectares de área para satisfação das suas necessidades de consumo e assimilação dos seus resíduos. Essa área seria menor, tomando em consideração o espaço necessário à vida dos cerca de 15 milhões de espécies que povoam o Planeta.

Em 1996, a Pegada Ecológica Mundial foi de 2,85 hectares por pessoa (não considerando a área necessária às restantes espécies), o que excedeu em cerca de 30% o espaço biologicamente produtivo da natureza no mesmo ano. A Pegada Ecológica mundial é muito elevada, porque os países industrializados têm uma Pegada Ecológica muito elevada. Se o uso dos recursos da natureza não começar a ser controlado em breve, com o aumento da população mundial corre-se o risco de a Terra deixar de conseguir sustentar as necessidades dos seus habitantes.

Pedro Bica, 11º 1

Mutações, fonte primária de variabilidade genética


Mutações são alterações ao nível do material genético, que ocorrem de forma espontânea. As mutações podem causar graves deficiências a nível mental e físico, no caso de serem prejudiciais ao portador das mesmas. Quando essa mesma mutação é neutra, pode persistir durante várias gerações, aumentando a variabilidade genética. Podem dar-se mutações nos genes ou nos cromossomas, sendo designadas respectivamente por mutações génicas e mutações cromossómicas. Aos indivíduos que são afectados por mutações dá-se o nome de mutantes.

Mutações Génicas


São mutações que ocorrem ao nível dos genes e podem dar-se por: substituição, inversão, delecção ou inserção. Na substituição ocorre a troca de um nucleótido de DNA por outro. Na inversão há uma alteração na ordem dos nucleótidos. Na delecção ocorre a perda de um nucleótido. Na inserção ocorre o acrescento de um nucleótido. As mutações génicas podem ser hereditárias – Herança Autossómica Recessiva – se o descendente herdar um gene recessivo de cada progenitor.

Alguns exemplos mutações genéticas são a mucoviscidose, o albinismo, a anemia falciforme, a galactosemia, a fenilcetonúria e a fibrose quistica.

Mutações cromossómicas

Ocorrem ao nível dos cromossomas e podem ser estruturais ou numéricas.
Mutações cromossómicas estruturais podem dar-se por delecção, translocação simples, inversão, translocação recíproca e duplicação.
Delecção à ocorre a perda de uma porção do cromossoma. A delecção pode designar-se por terminal, se ocorrer na parte terminal do cromossoma ou delecção intercalar, se ocorrer na parte média do cromossoma.
Translocação simples à ocorre a transferência de uma porção ou de um cromossoma inteiro para outro, sendo que a porção transferida pertence a um cromossoma não homólogo.
Inversão à uma porção do cromossoma é invertida.
Translocação recíproca à ocorre a troca de segmentos de cromossomas entre cromossomas não homólogos.
Duplicação à repetição de uma porção do cromossoma.

Mutações cromossómicas numéricas podem ser euploidias ou aneuploidias.
As euploidias ocorrem quando todos os cromossomas são alterados, ou seja todo o genoma. As euploidias podem ser de dois tipos, haploidias ou poliploidias. Podem ser provocadas por fecundação do óvulo por mais de um espermatozóide, falhas na mitose durante a formação dos órgãos sexuais, falhas na meiose que conduzem à formação de gâmetas não haplóides e quebra de cromossomas através do centrómero.

As aneuploidias não abrangem o genoma inteiro, e ocorrem sempre que se dá uma diminuição ou um aumento dos cromossomas. As aneuploidias podem ser de quatro tipos: monossomias, nulossomias, trissomias e polissomias.
Monossomias (2n-1) e nulossomias(2n-2) são letais e as trissomias(2n+1) e polissomias(2n+i, i>2) causam graves deficiências a nível físico e psicológico.

Alguns exemplos de mutações cromossómicas são a Síndrome de Down (Trissomia 21), Síndrome de Edwards (Trissomia 18), Síndrome de Patau (Trissomia 13, 9 e 8), Síndrome de Cri-du-Chat, ou Grito do Gato (delecção do cromossoma 5), Síndrome de Klinfelter (cromossomas sexuais a mais, XXY ou XXYY, ocorre apenas no sexo masculino) e Síndrome de Turner (ausência de um cromossoma X, ocorre apenas no sexo feminino.

Todas as deficiências de que os fetos poderão ser portadores, hoje em dia podem ser detectadas através de diversos exames, tais como a amniocintese. Apesar de ser eficaz, pode ser doloroso e perigoso para as grávidas fazerem, dado que o objectivo desse exame é retirar líquido amiótico para análise, através de uma agulha, e por isso é especialmente recomendado a grávidas com uma certa idade (a partir dos 35 anos) ou com casos de familiares com este tipo de doenças.

Rebeca Familiar, 11º1

quinta-feira, março 23, 2006

Autofagia

A autofagia é um fenómeno em que organelos celulares que já não se encontram funcionais são englobados por uma membrana e por lisossomas, sendo decompostos.
A autofagia celular, na qual as células reciclam os seus próprios organelos e proteínas, pode ser a chave para o desenvolvimento de novos tratamentos contra o cancro, doenças degenerativas e infecções.
















Este mecanismo interno, exercido principalmente em situações de fome, é considerado o segundo tipo de morte celular programada (PCD). A apoptose é a primeira forma de morte celular programada identificada, chamada de PCD Tipo I. Na autofagia (PCD Tipo II), as células assemelham-se a pequenas cápsulas com dupla membrana. Essas vesículas circundam e "destróem" partes dos componentes físicos celulares.
Vesículas autofágicas têm sido vistas em células sob morte celular programada, mas ainda não está claro se elas estão a tentar proteger a célula da apoptose ou a apressar a sua morte. Esse processo foi identificado em diferentes espécies, entre elas a levedura, o fungo usado como fermento do pão.
A autofagia é apenas um método da célula livrar-se das suas partes danificadas. Nas células nervosas, por exemplo, poderia haver uma autofagia para corrigir problemas, sem ter de destruir a célula. Altos níveis de vesículas autofágicas também têm sido notados em algumas formas de doenças degenerativas musculares e nervosas, como Huntington, Parkinson, Alzheimer e ALS (doença de Lou Gehrig). No entanto ainda não está claro porque razão as vesículas estão a acumular-se. As duas hipóteses propostas são: ou as vesículas estão a ser formadas porque não estão a ser usadas, ou as células estão a produzir mais vesículas.
Um grupo de cientistas japoneses descobriu que um pouco antes do parto o organismo do feto desencadeia um violento processo de autofagia. Para isso, o organismo utiliza um mecanismo que normalmente destrói células mortas.
A autofagia degrada células do fígado, dos músculos, e parece ocorrer em quase todos os órgãos, liberando seus constituintes para servir como alimento. Esta destruição prossegue até que o recém-nascido consiga alimentar-se. Quando começa a mamar a autodestruição é interrompida.


Margarida Monteiro, 11ºI

quinta-feira, fevereiro 16, 2006

Existe um plano para a evolução?

Chamamos evolução à variação contínua da diversidade e da adaptação das populações de seres vivos ao longo do tempo. A palavra provém do latim, evolutio, que significa “desabrochamento”.
Dentro da vasta área que é o estudo da evolução podemos considerar um aspecto muito importante e que gera bastantes polémicas, o ritmo evolutivo.
Charles Robert Darwin (1809-1882) foi um naturalista inglês, que teve uma enorme importância na história da humanidade. Este, durante várias décadas, recolheu muitos exemplos, estudou outros autores e por fim conseguiu provar que as espécies se alteram se dorme lenta e progressiva ao longo do tempo, originando outras espécies diferentes. Esta teoria evolucionista veio contrariar a hipótese defendida até à altura, a teoria fixista, que admitia que as espécies surgiram como hoje as conhecemos e mantiveram-se imutáveis ao longo do tempo e das gerações.
O conceito que verdadeiramente caracteriza a teoria da evolução de Darwin é o conceito de selecção natural. Este representa o processo pelo qual os indivíduos que possuem qualquer vantagem adaptativa em relação aos restantes num determinado tempo e ambiente, têm maior facilidade para sobreviverem, duram mais tempo e reproduzem-se em maior quantidade, aumentando assim o numero de organismos desta espécie mais apta.


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Darwin, no entanto, cometeu um erro quando defendeu o gradualismo, corrente que defende que a evolução ocorre através da acumulação de pequenas modificações ao longo de várias gerações, de forma lenta e gradual. Esta corrente está em contradição com a teoria da selecção natural defendida pelo próprio Darwin, na medida em que se esta afirma que a evolução se processa através da extinção dos organismos menos aptos, então o ritmo de evolução é ao acaso e não gradual, isto é, é espontâneo, depende das adaptações dos seres vivos face ao meio ambiente e não da complexidade dos organismos.

O naturalista que mais contestou o gradualismo defendido por Darwin foi Huxley, afirmando que Darwin junta duas questões diversas, a de selecção natural como mecanismo de mudança evolutiva e a do gradualismo como seu ritmo característico, sendo este último uma suposição falsa. Huxley baseou-se no registo fóssil para justificar o erro do gradualismo, pois estes não documentam praticamente nenhum caso de transformação lenta e constante.

Em 1985 foi encontrado, a 30 metros abaixo da sequência estratigráfica, o fóssil deste um grande artrópode, o qual os paleontológicos deram o nome Sanctacaris. Este apresentava características de um organismo com aproximadamente 10 cm de comprimento, bastante complexo e desenvolvido, com características de um grande predador, entre as quais um par de apêndices birramosos e grandes ramos branquiais, que indica que deveria ser um excelente nadador.
Através do estudo de anatomia comparada, chegou-se à conclusão que este é o primeiro membro conhecido de uma linha que eventualmente resultou nas aranhas, nos escorpiões e nos ácaros.
Este organismo é um óptimo exemplo que nos leva a concluir que não há “escada evolutiva”. Se Sanctacaris era um organismo desenvolvido, complexo e com condições para ser um bom predador, porque razão é que se extinguiu? É impossível sabermos as razões que o levaram a desaparecer. Provavelmente terá ocorrido uma catástrofe, isto é, uma mudança súbdita no ambiente que, dificultando a adaptação de Sanctacaris, prejudicou a sua reprodução e manutenção da espécie.
Podemos então, a partir deste caso, concluir que o ritmo característico do mecanismo de evolução não é lento e seguro.
A evolução é "espontânea". Um determinado organismo sobrevive se for apto ao meio onde vive, independentemente do grau de complexidade e de desenvolvimento que apresenta.

Teresa Vaz, 11º 1

segunda-feira, fevereiro 06, 2006

Sexo e variabilidade genética

A variabilidade genética está directamente relacionada com o sexo. O sexo implica reprodução sexuada. Nessa reprodução sexuada ocorre fecundação e uma meiose.
A fecundação é a fusão de dois gâmetas com diferentes características genéticas, um gâmeta masculino (no caso do Homem o espermatozóide) e um gâmeta feminino (o óvulo). Da junção dos gâmetas resulta o ovo (ou zigoto), que é uma célula que tem um conjunto de cromossomas que provêm dos dois gâmetas. Esses cromossomas denominam-se cromossomas homólogos cuja forma e estrutura são idênticas. Cada um destes cromossomas tem informação genética de ambas os gâmetas, de ambos os progenitores. Isso só é possível, dividindo e recombinando a informação genética dos progenitores. A reunião de dois gâmetas com estruturas diferentes, só por si, já garante variadas associações genéticas nos descendentes.
A meiose é o processo que divide os núcleos, e a informação genética dos gâmetas, originando novas células que contenham informação de ambos. A meiose divide células diplóides, nas quais os cromossomas estão organizados aos pares, em células haplóides, em que os cromossomas são “independentes” no núcleo. Estas células haplóides resultantes apresentam uma configuração genética diferente umas das outras.
Sendo a meiose um processo de divisão nuclear, este processo está dividido em duas divisões (Divisão I e Divisão II). É precisamente na Divisão I que é promovida a variabilidade genética. Quando se emparelham, os cromossomas homólogos fazem-no independentemente em relação aos restantes pares, sendo que há uma distribuição ao acaso de cromossomas maternos e paternos pelas células haplóides. O número de combinações que poderá haver de cromossomas maternos e paternos depende do número de pares homólogos que cada célula diplóide apresenta no início da meiose. Quanto maior o número de pares, maior o número de recombinações genéticas. Mas este não é o único factor que contribui para a variabilidade genética na meiose.
Na Divisão I, numa fase denominada Profase I, há possibilidade de ocorrer um fenómeno a que se dá o nome de “crossing-over”. O “crossing-over” é a troca de segmentos de cromatídios entre cromossomas homólogos. É como se se trocasse uma perna com o “vizinho do lado”. Isto dá azo à formação de novas combinações genéticas, para além das que já havia com o processo “mais simples”.
Outra fonte de variabilidade genética são as mutações. Melhor ainda, as mutações são a fonte primária de variabilidade genética. Existem dois tipos de mutações já estudadas: as mutações génicas e as mutações cromossómicas.
As mutações génicas ocorrem ao nível da síntese de proteínas. Podem resultar de uma alteração na sequência de bases azotadas do DNA, sendo o suficiente para mudar a produção de proteínas codificadas por aquele excerto da cadeia de DNA. Esta mudança na produção de proteínas pode até levar a doenças graves como anemias e hemofilias. Por outro lado, como o código genético é redundante, isto é, há alguns codões que codificam o mesmo aminoácido, as mutações podem muitas vezes nem sequer ser notadas. Em casos mais raros ainda, há mutações que chegam a ser benignas para o “hóspede”. Neste caso, a mutação contribuiu para um melhor funcionamento de uma célula.
As mutações cromossómicas ocorrem a nível da meiose, e são mutações que se observam nos cromossomas. Estas mutações podem ocorrer aquando do crossing-over, podem ocorrer se não houver separação dos cromossomas homólogos na Divisão I, ou podem ocorrer na Divisão II se os cromatídios de cada cromossoma não se separarem. No primeiro caso, se houver alguma anomalia na troca de segmentos de cromatídios entre dois homólogos, isso poderá resultar em alterações estruturais bastante graves. Ou, mais uma vez, estas mutações também podem ser benignas, e melhorar a capacidade dos indivíduos da espécie nas novas gerações.
Podemos então concluir que tanto a reprodução sexuada, como as mutações são os principais “agentes” de variabilidade genética.

Nuno Rombo, 11º1

Alterações climáticas e biodiversidade

As alterações climáticas, mais ou menos intensas, têm-se sucedido ao longo do tempo e causado sempre modificações no meio em que ocorrem, modificações essas sempre proporcionais à intensidade das alterações. Os efeitos das alterações climáticas verificam-se constantemente na biodiversidade.
Desde que se começou a pensar que talvez as espécies de seres vivos existentes não fossem imutáveis e que talvez a sua forma actual fosse o produto da evolução de seres vivos primitivos que essas novas adaptações foram atribuídas como sendo propulsionadas, não só mas também, por alterações climáticas.
As grandes extinções em massa, como sendo a extinção dos dinossauros ou a extinção que ocorreu no fim da Idade do Gelo, foram principalmente fruto de alterações climáticas bruscas e intensas. Tudo isto é compreensível se pensarmos que a selecção natural ocorre também por influência do meio.
A selecção natural, princípio desenvolvido originalmente por Charles Darwin e que é a base da Teoria Evolucionista, ocorre por influência do meio. A selecção natural é o processo que resulta na escolha de organismos considerados mais aptos, ocorrendo depois uma sobrevivência diferencial e respectiva reprodução diferencial.
Todas as espécies de seres vivos são constituídas por populações em que os indivíduos não possuem todos os mesmos genes nem os genes que partilham têm a mesma frequência. Tal variabilidade permite que perante determinadas circunstâncias relativas às condições do meio e a um determinado instante no tempo, alguns indivíduos estejam melhor adaptados para o meio que habitam. Esses indivíduos estarão necessariamente mais saudáveis, reproduzir-se-ão mais facilmente e produzirão maior descendência. Assim os genes que possuem e que codificam as suas características, que os favorecem em detrimento de outros indivíduos que não as possuem, são passadas de geração em geração. Assim se dá a redução da frequência de alguns genes ou mesmo ou seu desaparecimento.
Como a noção de indivíduo mais apto é restrita a determinadas condições do meio, se houver uma alteração climática o indivíduo que possui as características que o tornam mais apto passa a ser outro, ou seja, quando o indivíduo A que era o mais apto é confrontado com uma modificação climatérica de qualquer ordem que obrigatoriamente gera uma mudança no meio físico que habita, deixa de ser o mais apto em favor do indivíduo B com características diferentes.
Como as alterações climáticas são constantes e cíclicas a necessidade de adaptação é constante e o conceito de “mais apto” é algo relativo a uma determinada situação e a um determinado momento no tempo. As alterações climáticas podem então ser consideradas o motor da evolução. É a existência de vários meios físicos distintos que justifica a enorme diversidade de seres vivos que observamos e são as alterações climáticas que permitem a evolução das formas dessa grande biodiversidade.

Francisco do Ó Ramos da Silveira 11º 1

quarta-feira, fevereiro 01, 2006

Não existem raças?...

Desde sempre o conceito de raça variou conforme a evolução do tempo e das culturas. Mas na realidade o conceito de raça foi inventado pelos humanos para explicar as várias diferenças físicas, culturais e sociais entre eles. Sendo também este conceito utilizado para distinguir vários animais como por exemplo a existência de raças de vários cães, de aranhas etc. Este conceito, não aqui utilizado para superar diferenças culturais e sociais mas principalmente, pelas diferentes características físicas que em cada espécie se apresentam.
Tendo esta questão despertado a curiosidade de vários cientistas existiram e continuam-se a formular várias formas de estudo para tentar comprovar esta ideia de raça. Para tal os cientistas recorreram a alguns métodos entre os quais:
- procura de alguma relação através de poliformismos (minúsculas variações no DNA);
- análise multivariada (processo que estuda a variação de muitas características simultaneamente).
Para grande desapontamento estes dois métodos vieram apoiar a ideia da não existência de raças. Pois foram encontrados milhões de poliformismos e nenhum característico de uma só raça.
Com o avanço tecnológico deixaram de se utilizar calculadoras e de se desgastar a paciência humana: a análise multivariada tornou-se mais acessível mas mostrou-se insuficiente, porque a dada altura depois de recolhidos, observados e organizados os dados já não se conseguia distinguir cada raça.
Então podemos concluir que dentro de cada espécie todos temos o mesmo fundo genético mas todos temos características diferentes que tornam o nosso DNA um cartão de identificação único de cada ser onde estão inscritos todas estas propriedades exteriores ou não como a cor de pele, o tipo de cabelo, a formação facial e do crânio, a revelação da casca em certos animais, as rotas de migração… Estas propriedades são a adaptação de cada ser como resposta às modificações do ambiente com o objectivo da sua sobrevivência. Daí uma pessoa de pele escura ser mais apta a países onde o sol é mais forte e uma pessoa de pele mais clara ser mais apta a países onde o sol é mais fraco. Assim, é mais provável que as hipóteses de sobrevivência de uma espécie sejam maiores quando uma espécie é diversificada, pois a similaridade excessiva poderia significar a extinção dessa espécie.

Ana Cristina Neves, 11º 1