terça-feira, novembro 24, 2009

Semana da Ciência e Tecnologia 2009 - Dia 1

Exploração dos espaços verdes do Colégio Valsassina/Estudo da fauna do solo

domingo, novembro 08, 2009

Semana da Ciência e da Tecnologia 2009 - Programa detalhado

Já está disponível, em http://www.cienciaviva.pt/semanact/edicao2009/, o Programa detalhado das actividades a realizar no âmbito da Semana da Ciência e da Tecnologia 2009.

domingo, julho 12, 2009

Revista e-fabulations: Diário de bordo de uma viagem pela evolução

O artigo "Diário de bordo de uma viagem pela evolução" realizado pela equipa "We think" do Colégio Valsassina, no âmbito do concurso Darwin 2009, foi publicado na mais recente edição da revista e-fabulations.
Esta publicação pode ser consultada AQUI.

terça-feira, julho 07, 2009

Darwin 2009 - Equipa do Colégio Valsassina distinguida com Prémio especial de publicação e-Fabulations

Com base no desafio: Evolução de duas populações distintas de Drosophila melanogaster: selvagem e ebony foi proposto às escolas que elaborassem um documentário científico, na forma escrita ou de vídeo.
A equipa "We think" do Colégio Valsassina (Ana Filipa Louro, Guilherme Fonseca, Joana Silva - 12º1A) apresentou um trabalho a concurso o qual foi distinguido com o Prémio especial de publicação e-Fabulations.
Este trabalho pode ser consultado AQUI.

terça-feira, maio 12, 2009

Aluna do Colégio Valsassina vence final nacional das Olimpíadas de Biotecnologia

É com enorme orgulho que informamos que os nossos representantes na final nacional das Olimpíadas de Biotecnologia 2009, que decorreu no passado dia 11 de Maio, conquistaram o 1º e 4º lugar:
1º Lugar: Filipa Louro (12º 1A)
4º Lugar: Joana Silva (12º 1A)

terça-feira, maio 05, 2009

Final das Olimpíadas de Biotecnologia

É com orgulho que anunciamos a presença dos seguintes alunos do Colégio Valsassina na Final Nacional das Olimpíadas de Biotecnologia:
  • Ana Filipa Louro (12º 1A)
  • Joana Magalhães Silva (12º 1A)
  • Jorge Ferreira (11º1A)

A final realiza-se no próximo dia 11 de Maio na Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica do Porto.

Para mais informações consultar http://www.esb.ucp.pt/twt/olimpiadasbio/

sábado, abril 04, 2009

Saída de campo ao PNSE (2) - Flora e Vegetação

A Flora e a Vegetação do PNSE apresentam características únicas em Portugal, que se traduzem, por um lado, na existência de cinco espécies, duas subespécies e sete formas e variedades estritamente endémicas da Serra da Estrela (SILVA & TELES, 1986) e por outro, numa zonação altitudinal muito característica, que é fruto da elevada altitude da Serra.Em termos de conservação, no que diz respeito à flora, encontram-se no Parque nove espécies de plantas incluídas no anexo II, cinco espécies incluídas no anexo IV e 23 espécies incluídas no anexo V da Directiva 92/43/CEE (“Directiva Habitats”) (JANSEN, 1997).No que se refere à zonação altitudinal, segundo SILVA & TELES (1986), a vegetação da Serra da Estrela encontra-se diferenciada em três andares, cujos limites podem oscilar, sensivelmente, de acordo com o local considerado: andar basal (até 800-900 metros), andar intermédio (de 800 a 1600 metros) e andar superior (acima dos 1600 metros).O andar basal, de acentuada influência mediterrânica, está sujeito a um aproveitamento cultural intenso por parte das populações, pelo que a vegetação natural é praticamente inexistente. Contudo, subsistem ainda alguns vestígios da vegetação natural: os azinhais e as comunidades de azereiro.Nos vários tipos de aproveitamento agrícola existentes no andar inferior salientam-se a cultura do milho, da vinha e da oliveira. O aproveitamento florestal baseia-se principalmente na plantação de pinheiro-bravo (Pinus pinaster), que atinge, em vários locais, o andar intermédio.O andar intermédio corresponde ao domínio climácico do carvalho-negral (Quercus pyrenaica). Os principais tipos de vegetação natural e seminatural que se encontram neste andar são os carvalhais, os castinçais e matos de vários tipos.Nas zonas onde o coberto arbóreo se apresenta degradado encontram-se os matos. Os principais são os giestais de Cytisus multiflorus (giesteira-brava), em que também ocorre o rosmaninho (Lavandula stoechas ssp. sampaioana), os urgeirais de Erica australis ssp. aragonensis (urgeira), que se associa ao zimbro (Juniperus communis ssp. alpina) e os piornais de Genista florida ssp. polygaliphylla (piorno-dos-tintureiros), associado à giesteira-das-serras (Cytisus striatus).O andar superior corresponde, na actualidade, ao domínio do zimbro (Juniperus communis ssp. alpina). É admitido que, no passado, o pinheiro-silvestre (Pinus sylvestris), o vidoeiro (Betula pubescens) e o teixo (Taxus baccata) tenham ocupado a parte superior da Serra, após o recuo dos glaciares wurmianos. Em resultado da desflorestação e, possivelmente, por influência de alterações climáticas posteriores, esta área encontra-se totalmente desprovida do coberto arbóreo primitivo. Actualmente, a vegetação da parte superior da Serra é constituída por um mosaico que inclui zimbrais, cervunais, arrelvados, comunidades rupícolas e comunidades lacustres.
(texto: www.icn.pt)

Saída de campo ao Parque Natural da Serra da Estrela (1)

A origem da Serra da Estrela...

Podemos, de uma forma sintética, iniciar a história de formação da Serra da Estrela retrocedendo a um período, que remonta a 650 milhões de anos, no Precâmbrico. Em meio marinho, foram acumulando-se sedimentos terrígenos, resultantes da erosão de continentes então existentes (Fig. 1). Este empilhamento de material sedimentar estendeu-se até ao Câmbrico médio-superior, acerca de 500 milhões de anos, atingindo uma espessura estimada em alguns quilómetros. Esses sedimentos, que apresentam características de bacias sedimentares profundas, foram depositando-se em camadas alternadas de sedimentos argilosos muito finos e sedimentos de composição arenosa fina e argilosa que, por diagénese e metamorfismo, deram origem, respectivamente, às rochas xistentas e aos grauvaques, formando o Complexo Xistograuváquico (Fig. 1) (Ferreira & Vieira, 1999).
No Devónico médio, há 380 milhões de anos, inicia-se uma fase de movimentos compressivos, designada por Fase 1, que inicia a Orogenia Hercínica, durando até ao final deste período, há 360 milhões de anos. Esta força compressiva afectou os sedimentos marinhos depositados anteriormente, provocando dobras de plano axial subvertical, com orientação NO-SE (Fig. 2) (Ferreira & Vieira, 1999).
Durante o Carbónico, há 330 milhões de anos, uma nova fase compressiva, Fase 3, origina novos dobramentos com a mesma orientação da Fase 1, instalando-se, simultaneamente e em profundidade, a grande massa de granitos (Fig. 2). Estes não se instalam num único impulso, mas ao longo de um período relativamente longo, que se inicia aos 320 e se prolonga até aos 290 milhões de anos. O final da Orogenia Hercínica, há 240 milhões de anos, é marcada pela fracturação das rochas formadas, com direcção NNE-SSW a ENE-WSW e NNW-SSE a NW-SE (Ferreira & Vieira, 1999).
Um período de tempo relativamente longo decorre então. Por erosão dos níveis superiores da crosta, esta, por alívio de carga, vai subindo, trazendo de níveis mais profundos até à superfície, as rochas aí formadas. Este período, que decorreu durante o Mesozóico, provocou o arrasamento geral do relevo e deu origem a uma superfície aplanada, que se estendia pela Península Ibérica (Fig. 3) (Galopim de Carvalho et al., 1980).
No início do Terciário, novas forças de compressão, desta vez relacionadas com os movimentos alpinos, vão provocar o rejogo das antigas falhas hercínicas, que passam de falhas de desligamento a falhas inversas.
No Miocénico superior, há 10 milhões de anos, iniciam-se os primeiros movimentos de subida dos blocos que formam a serra, que se continuou por impulsos sucessivos até ao último, que terá ocorrido há cerca de 2 milhões de anos e que marcou a sua estrutura actual (Fig. 4). Este fenómeno deu origem à elevação da montanha, por movimento em sistemas de falhas paralelas, o que originou blocos diferencialmente desnivelados, provocando o efeito de escadaria com que a Serra da Estrela se apresenta (Fig. 4). A actividade tectónica, contudo, não se extinguiu, existindo, ainda hoje, actividade neotectónica, com movimentos ao longo das grandes falhas, como provam a ocorrência de nascentes termais e de sismos, frequentes na região (Ferreira & Vieira, 1999).
No Quaternário, há registo de várias grandes glaciações, a última das quais terá atingido a Serra da Estrela à cerca de 20 000 anos, com o estabelecimento de neves permanentes e de glaciares. Estes glaciares deixaram testemunhos geomorfológicos únicos em Portugal e constituem, sem dúvida, a maior originalidade da paisagem física da Serra da Estrela (Fig. 5) (Ferreira & Vieira, 1999).
A glaciação da Serra da Estrela permitiu a existência de neves perpétuas, a partir dos 1650 metros. Isso significa que, a partir dessa altitude, as neves não fundiam de um ano para o outro, permitindo, assim, a sua compactação, dando origem ao nevado e, por fim, ao gelo. Do ponto de vista da temperatura, o nível das neves perpétuas significa uma altitude, a partir da qual a temperatura atmosférica média mensal é sempre negativa. Comparando essa situação com as temperaturas actuais, é fácil deduzir que as temperaturas eram cerca de 10º C mais baixas que actualmente (Ferreira & Vieira, 1999).

A cúpula de gelo de planalto ocupava uma superfície de 70 km2 e uma espessura que não deveria ultrapassar os 80 metros. Pelo contrário, a espessura dos gelos, nos vales, poderia ser consideravelmente maior: por exemplo, as moreias da lagoa seca (Fig. 6) permitem afirmar que a língua glaciária do Zêzere atingia 300 metros de espessura (Ferreira & Vieira, 1999).

Na Serra da Estrela, de uma forma geral, podemos distinguir 5 vales glaciários: o Vale Glaciar do Zêzere, o do Covão do Urso, o do Covão Grande, o da Loriga e o da Alforfa (Fig. 6).

O Vale Glaciar do Zêzere, alimentado pelos amplos circos do Covão da Ametade, da Candeeira e dos Covões (Fig. 6), originou a mais extensa língua glaciária da Serra da Estrela, a qual terá atingido 13 km de comprimento e a altitude mínima de 680 metros (Daveau, 1971).

No que diz respeito à geologia, a Serra da Estrela é dominada pela ocorrência de rochas graníticas hercínicas, com composição variada, desde os granodioritos aos leucogranitos, de idade compreendida entre os 340 e os 280 milhões de anos (Fig. 7). Estas intruem metassedimentos de idade Precâmbrica – Câmbrica, entre os 500 – 650 milhões de anos, relativos ao Complexo Xistograuváquico (Brigas, 1992), que representam, assim, os depósitos sedimentares mais antigos desta região (Fig. 7) (Galopim de Carvalho et al., 1990).

Além destes dois tipos de formações principais (Complexo Xistograuváquico e granitos), destacam-se, ainda, formações cenozóicas: aluviões, depósitos de vertente, terraços fluviais, depósitos fluvio-glaciários e glaciários (Fig. 7) (Ferreira & Vieira, 1999).


quinta-feira, março 26, 2009

Apurados para a 2ª eliminatória das Olimpíadas de Biotecnologia

Alunos do Colégio Valsassina apurados para a 2ª eliminatória das Olimpíadas de Biotecnologia.

(por ordem alfabética)

  • Ana Filipa Louro
  • Felipe Blauth
  • Gonçalo Pinto
  • Guilherme Fonseca
  • Inês Serrão
  • Joana Magalhães Silva
  • João Francisco Sousa
  • Jorge Miguel Ferreira
  • Leonor Caetano
  • Matilde Conceição
  • Rita Cerejeira

A 2ª eliminatória realizar-se-á no próximo dia 22 de Abril.

Para mais informações consultar http://www.esb.ucp.pt/olimpiadasbio/

domingo, março 15, 2009

200 anos de Darwin - Concurso promovido pela Fundação Calouste Gulbenkian

Charles Darwin (1809-1882) foi um naturalista inglês que desenvolveu uma das mais importantes teorias científicas de sempre. Numa época em que se pensava que cada espécie tinha sido criada independentemente e que as formas dos seres vivos eram imutáveis no tempo, Darwin defende que todos descendem de um antepassado comum e que são o resultado de milhões e milhões de anos de evolução. Na sua concepção, o Homem e o macaco são parecidos porque são «primos». Com a publicação do seu livro A Origem das Espécies, em 1859, Darwin coloca-se no centro de um debate que envolve numerosos cientistas de todo o mundo, bem como diversos sectores da sociedade inglesa. No final do século XIX, a evolução era um facto finalmente aceite.

Para assinalar os 200 anos de Darwin a Fundação Calouste Gulbenkian lançou um desafio a um par constituído por um professor e um aluno. O aluno tinha de elaborar uma carta de motivação candidatando-se a uma segunda (hipotética) viagem do Beagle, enquanto o professor devia redigir um ensaio sobre a ideia de «mentor» na actualidade, tendo como ponto de comparação a relação de Darwin com o seu professor Henslow.

O nosso colégio fez-se representar pela aluna Filipa Louro (12º1A) e pelo professor João Gomes. Aqui transcrevemos os trabalhos apresentados a concurso, os quais ficaram entre os cinco finalistas.

«Ensaio do professor»

Ghandi defendeu a ideia que a educação não é uma finalidade, é um instrumento.
Mas como usar esse instrumento? Qual é a missão do professor?
Na actual sociedade, em que os lugares e os veículos da educação se situam cada vez mais na complexa teia das redes tecidas pelos espaços e tempos do trabalho e do lazer, a escola perdeu o seu papel central em termos de agência de transmissão de conhecimentos e de socialização. A constatação desta realidade não pode deixar de ter consequências na forma como a escola se estrutura e se relaciona com outras “agências de socialização”, porventura mais poderosas. No passado, a escola estruturou-se como uma das três instituições centrais da socialização e da promoção da coesão social, juntamente com a igreja e a família, em processos que integravam holisticamente a aquisição do saber, do saber-fazer e de saber-ser, num todo coerente. Neste novo contexto, a escola encontra-se agora numa relação de concorrência com outras “agências de educação”, numa situação de horizontalidade.
No contexto da globalização, os desafios colocados por uma sociedade diversificada, caracterizada por complexas interacções, com problemas sociais múltiplos, associados a conflitos difíceis, relevam a construção de uma política participada cada vez mais apoiada numa cidadania activa e num discurso público, onde são as próprias comunidades a assumir o seu futuro. Não obstante, não podemos deixar de constatar que, pela primeira vez na história do Homem, estamos a educar as nossas crianças e jovens para a vida num mundo cujo conhecimento do futuro é escasso, excepto que será caracterizado por substanciais e rápidas mudanças.
Uma resposta adequada à mudança implica novas formas de estar, suportadas em novas mentalidades e em novos comportamentos, implica uma interactividade sustentável entre o sistema societário e o sistema biofísico. À escola assiste o dever de procurar respostas flexíveis e adaptadas a este mundo em mudança. A era da comunicação e da informação exige que a escola e, em particular os professores recriem um ambiente de aprendizagem, rica em recursos, com novas tecnologias de comunicação, caracterizada pela interactividade, pela capacidade de uso individualizado e que os currículos ofereçam uma visão holística do conhecimento humano, da biosfera, do universo.
A escola deve, por isso, integrar-se numa perspectiva de educação emancipadora, assente em princípios de responsabilidade, de participação, de parcerias, de transversalidade, de solidariedade, de reflexividade, de criatividade, de formação globalizante.
Consideramos assim que é preciso romper com lógicas adaptativas. Os professores devem despertar a criatividade e o espírito crítico dos alunos, devem inquietá-los.
Afinal foi isso que Henslow fez a Darwin. Sendo professor de botânica, Henslow podia ter uma atitude do tipo “encher um recipiente de noções”, passando assim um conjunto de noções e conceitos aos seus alunos. Esta visão dos alunos como meros receptores de conhecimentos conduz inevitavelmente a uma situação de desmotivação e afastamento do sistema de ensino. Henslow optou por “acender um fogo”, desafiou o seu aluno Charles Darwin a entrar em sua casa às sextas-feiras à noite “apenas” para discutir ideias, encorajou-o a ler livros (entre os quais destacamos a clássica descrição, em seis volumes, das viagens à América do Sul de Alexander von Humboldt), realizaram saídas conjuntas.
Hoje, tal como no passado, a missão do professor é possibilitar a criação do conhecimento, mas, para conseguir aprendizagens significativas a relação entre Darwin e Henslow deve continuar a ser vista como uma referência. Devemos compreender que, ao chegarem à sala de aula, os alunos trazem consigo uma cultura que os caracteriza, cultura esta que não é pior nem melhor que a do professor. Assim, tanto aluno como o professor envolvem-se e aprendem no processo de educação.
Ao introduzir as aulas experimentais como prática de ensino generalizada Henslow permitiu a aquisição de aprendizagens significativas, pelo simples facto de potenciar inter-relações entre o mundo das ciências escolares e o das experiências dos alunos, despertando assim a sua curiosidade e interesse. Para que tal seja possível é necessário que as relações sejam afectivas, democráticas e, acima de tudo, os professores compreendam que o sujeito da criação cultural não é individual mas colectivo.
Há quem considere que Darwin obteve o seu beliche a bordo do Beagle simplesmente porque estava no lugar certo na hora certa. Decerto isso sucedeu, mas se Henslow o recomendou a FitzRoy foi porque Darwin era o melhor jovem para a função. A relação de amizade entre os dois e o clima democrático de abertura para trocar ideias terão sido decisivos para incentivar Darwin a procurar o que queria fazer. A lição que podemos daqui extrair: os professores devem estimular e contribuir para o desenvolvimento nos alunos de competências para a acção, confiança nas suas capacidades de agir, reforço para a acção e apropriação nos processos que envolvem intenção de agir.
No sua autobiografia Darwin destaca o seu amor pelas ciências, a perseverança em manter a mente livre de modo a não desistir de qualquer hipótese e a sua diligência na observação e na recolha dos factos. Não conseguimos responder à questão: «Se não tivesse existido Henslow será que Darwin era hoje recordado como um dos mais influentes homens da ciência?». Mas acreditamos que “se não acendermos o tal fogo” muitos alunos certamente não terão a sua oportunidade e dificilmente arranjarão motivação para participar em eventos que dão forma às suas vidas e ao seu lugar.
A sociedade actual exige indivíduos criativos, críticos, geradores de ideias, autónomos. Os professores têm a gratificante e divertida missão de não deixar que os seus alunos se conformem.
Prof. João Gomes

Carta para Darwin

Caro Professor Charles Darwin,

Tendo conhecimento de que V. Exa. abriu inscrições para o lugar de assistente, venho por este meio candidatar-me a acompanhá-lo nesta segunda viagem às ilhas Galápagos.
A intenção do Almirantado britânico em enviar novamente o Beagle rumo às “Ilhas Encantadas”, numa missão de pura investigação científica no campo da evolução, contrariamente à primeira expedição, particularmente centrada em fins cartográficos, despertou desde logo a minha curiosidade, e principalmente o meu desejo em incursar em tão promissora viagem, razão pela qual não podia deixar de lhe escrever.
Devo confessar que a discrição que fez das ilhas me deixou perplexa e enfeitiçada perante a luxuriante variedade de vida num local aparentemente tão inóspito. O seu livro A viagem do Beagle é para mim uma fonte de inspiração. Decerto compreende este meu sentimento quando pensa na leitura que fez da obra de Alexander von Humboldl sobre as suas viagens à América do Sul.
Considero, sem dúvida, que os primeiros dados que recolheu se tornaram na espinha dorsal de algo revolucionário. Esta segunda incursão permitirá corrigir os erros e colmatar as falhas da primeira observação, realizando uma recolha de espécimes ainda mais cuidada e exaustiva, bem como um estudo mais profundo do seu habitat e das condições e serviços do ecossistema em questão, iluminando este tema tão controverso entre os homens.
Move-me um profundo interesse pela ciência, o desejo de ter um papel activo na recolha de dados e na contribuição para novas descobertas, um entusiasmo insaciável e um conhecimento amador do naturalismo e da geologia, tendo tido contacto com os trabalhos de Charles Lyell e Carolus Linnaeus, ortodoxos, porém revolucionários.
Possuo ainda os requisitos exigidos a uma assistente incumbida de tarefas nestas áreas científicas, sendo especialista em dissecação e uma experientalista orientada para o contacto directo, possuindo os conhecimentos essenciais em desenho de campo, características que se poderão revelar úteis quer na discrição e análise dos espécimes, quer na sua preservação.
Apesar de ser a minha primeira experiência nos trópicos, experimentei o ar fresco do mar aberto já por diversas vezes, pelo que tenho noção da vida agradável, porém perigosa, que se pode levar numa prisão flutuante.
Tendo ficado curiosa com a primeira expedição, segui de perto a análise dos dados que enviou, e devo dizer que os resultados obtidos a partir dos seus achados se revelaram espantosos.
O facto de quase todas as aves terrestres serem novas, jamais terem sido descritas e muitas das quais existirem apenas nas Galápagos; de três dos sabiás recolhidos não serem apenas variedades locais, mas espécies distintas; e das tartarugas gigantes, à semelhança das iguanas-marinhas e dos próprios arbustos e cactos arbóreos serem também exclusivos deste arquipélago, são provas irrefutáveis da capacidade de transmutação e divergência das espécies da sua origem ancestral. Também a aparente semelhança, e contudo, clara distinção, entre as espécies das Galápagos e outras espécies existentes no continente sul-americano, reforça esta afirmação.
Os fósseis recolhidos mostraram-se igualmente interessantes, revelando-se parentes extintos de formas vivas, corroborando a ideia comum a inúmeros geólogos, entre os quais Lyell, de que existe uma ligação entre seres vivos e mortos, relação também presente entre os fósseis de um estrato de rocha e os fósseis do estrato que o antecede: a “lei da sucessão”.
Tais conclusões são extremamente entusiasmantes e simultaneamente perturbadoras, tendo em conta o paradigma religioso reinante. As suas descobertas mudaram o mundo.
Penso, no entanto, que ainda muito ficou por desvendar, e que existem no seu trabalho algumas oportunidades inexploradas, por ventura fruto da sua curta estadia no arquipélago, que deverão ser aproveitadas nesta segunda jornada.
Analisando o seu trabalho apercebi-me que não documenta a origem de uma única espécie, um único caso de selecção natural ou de preservação de uma raça favorecida na luta pela vida. Proponho, assim, a realização do impossível: o estudo da evolução ao vivo, pois se alguma vez uma ideia reclamou e exigiu um programa de investigação experimental, é seguramente esta.
É certo que entre a maioria dos seres vivos, a evolução se desenrola com demasiada lentidão para ser observada por um só cientista no tempo de vida da sua investigação. Mas a ciência funciona não apenas por observação directa, e os tipos de provas por inferência fornecidos pela paleontologia, biogeografia, embriologia e morfologia abragem um volume de dados não menos convincente só por ser obtido indirectamente.
Uma visão tão maravilhosa tem necessariamente de ser corroborada por um vasto acervo de provas. Urge encontrar mais evidências fósseis que permitam desvendar padrões e ligações, coleccionar espécimes que, pelo seu carácter único, permitam esboçar alguns galhos na árvore da vida, preenchendo as infinitas lacunas na história da evolução, para que, aproximando-nos, possamos contemplar o momento de divergência em si, o ponto onde uma linha se transforma em duas, a quebra da barreira entre as espécies.
Um trabalho de campo exaustivo, uma recolha diligente de provas, um estudo meticuloso da distribuição geográfica dos seres vivos, da sua forma e desenho anatómicos, das fases do seu desenvolvimento enquanto embriões, e dos seus antepassados, enterrados em rochas de eras distantes, construirá um edifício de provas crescentes, abundantes, variadas, e solidamente ligadas entre si, que tornarão a evolução em mais do que uma teoria, um facto.
A criação nunca está terminada. Ela começou um dia, mas não acabará nunca. Ela permanece numa actividade incessante para produzir coisas novas e mundos novos (Immanuel Kant, Teoria do céu). Também o Homem, e principalmente o cientista, não podem parar: a evolução está em curso permanente.
Proponho-me, assim, humildemente a embarcar a seu lado.
Cordialmente me despeço.
Ana Filipa Louro (12º 1A)

quinta-feira, março 05, 2009

Lamarck vs Darwin

A diversidade de seres que existem inspirou Darwin a pensar que alguns daqueles seres deveriam ter antepassados comuns. Isto é, apesar da enorme diversidade de seres, alguns apresentam características muito semelhantes, que levam a crer na sua origem comum. Ao longo das gerações, as espécies vão apresentando cada vez mais diferenças dos seus ancestrais selvagens. Assim, Darwin desenvolveu uma série de condições de que influenciam o aumento e diminuição das populações, tais como, a relação presa/predador; a disponibilidade de alimento; a duração de vida; a competição; o parasitismo e a cooperação. Estas condições foram o ponto de partida para a explicação da necessidade de haver indivíduos mais bem adaptados. A partir disto, Darwin desenvolveu a teoria da selecção natural. Pelo contrário, Lamarck estabeleceu duas leis para explicar a evolução: A lei do uso e do desuso, e a lei da herança dos caracteres adquiridos. Para Lamarck, os seres tinham de se adaptar ao ambiente onde viviam. Para ele, a função faz o órgão, isto é, se ocorre uma mudança brusca no ambiente, e o indivíduo passa a utilizar muito um determinado.
Matilde Conceição, 11º1B

Breve história evolutiva do Elefante

O elefante é o último sobrevivente de um grupo animal florescente no Terciário: os proboscídeos. Um fóssil encontrado no Paquistão revelaria que o seu antepassado mais remoto, existente há cinquenta milhões de anos, se assemelhava a um grande javali.
Depois, no decurso dos milénios, os proboscídeos tornaram-se cada vez maiores, adquiriram uma tromba e duas ou quatro presas, os característicos dentes incisivos, por vezes com formas extraordinárias. No conjunto, trezentas outras espécies espalharam-se por todo o globo, à excepção da Antártida e da Austrália. Entretanto, descendências inteiras desapareceriam devido a mudanças climáticas. A dos mastodontes persistiria na América Setentrional até ao início da Quaternário.
A família dos elefantes é a última que actualmente sobrevive. E incluía os mamutes, adaptados sobretudo ao clima das épocas glaciárias, e várias espécies de elefantes, das quais seis ou sete coexistiram com o homem. Hoje em dia, apenas sobrevivem três.
Nos nossos dias, o elefante está ameaçado de extinção.

-Ancestral aquático e palaomastodonte

Há 36 milhões de anos, no Eoceno, no norte de África, viviam uns animais semelhantes aos hipopótamos pigmeus da actualidade. Estes animais, conhecidos por Moeritherium, passavam grande parte do tempo na água, assim como os hipopótamos, e pesavam aproximadamente 225 Kg. Julga-se assim, que sejam os antepassados do mamute, mastodonte e do elefante. Uma teoria levantada pelos pesquisadores é a de que um possível resfriamento no fim do período Eoceno teria secado os rios e lagos, forçando os animais adaptarem-se ao solo seco. Durante o Eoceno também ocorreram outras derivações das quais evoluiriam outras espécies. Talvez uma das mais bem estudadas seja a família Dinotheriidae, à qual pertencia o Dinotherium. Muito parecido com os elefantes mas as suas presas encontravam-se no maxilar inferior. Julga-se que esta espécie existiu há cerca de 25 M.A., tendo desaparecido há cerca de 1 milhão de anos. Viveu em África, na Europa e sul da Ásia, tinha o mesmo tamanho que o actual elefante africano.
Com o passar do tempo, surgiram novas espécies. Durante o período Oligoceno existiu um animal chamado Palaomastodonte. Embora não possuísse tromba e presas desenvolvidas, o seu nariz e dentes já começavam a desenvolver-se. Esta espécie é referida como um antepassado dos elefantes.

- Mastodonte e mamute

No período Terciário tardio o Palaomastodonte deu lugar aos mastodontes -elefantes da Era Glacial – o Platybelodonte (espécie de mastodonte) existiu durante a época do Mioceno e o Amdelodonte durante o Plioceno.
Outro mastodonte que demonstrou ter uma forma mais eficiente e que também surgiu durante o Terciário tardio, foi o Gomphotherium. Este mamífero chegou a ocupar o Norte de África, Europa, Ásia e América do Norte. Tinha duas presas em ambas as mandíbulas. Pensa-se que já tinha uma tromba que embora não fosse muito grande já se encontrava bem definida. A tromba é um prolongamento do nariz mas tomou outras funções importantes. Aplicando as teorias de Lamarck sobre evolução das espécies, uma das razoes será que a tromba teria se desenvolvido, pois como os mastodontes eram animais de grande porte, tinham dificuldade em beber a água do chão, portanto iriam começar a desenvolver mais o órgão em questão e ao se reproduzirem passavam à descendência essa característica. Segundo uma perspectiva darwinista, os mastodontes que eram dotados de uma tromba maior, estavam mais aptos consequentemente seguindo a teoria deste cientista, ao sobreviverem mais e logo reproduzirem-se mais essa característica daí para a frente iria vingar. A tromba era assim essencialmente usada não só para beber como para cheirar e também tinha outros fins como para poder identificar a forma, a textura e a temperatura de um objecto, acariciar outros indivíduos ou como forma de ataque.
Este animal tinha o tamanho aproximado do elefante asiático. Embora tenha desaparecido no Pleistoceno, julga-se que deu lugar ás famílias Mammutidae e Elephantidae.
De acordo com processos evolutivos a tromba dos mastodontes cresceu, as presas da mandíbula inferior desapareceram, as presas da mandíbula superior aumentaram de tamanho, chegando a atingir o mesmo comprimento que o corpo, em certas espécies como o Anancus arvernensis do sul de França. Tal desenvolvimento das presas da mandíbula superior justifica-se pelo facto de que os seres em questão utilizavam as suas presas em combates e para cavar a neve em busca de vegetação – eles eram herbívoros
Continuaram a adaptar-se a novos habitats e a dispersar-se por novas regiões. Pouco depois da união das Américas, pelo menos uma espécie de mastodontes, Cuvierinius, estabeleceu-se na América do Sul.
Outros permaneceram na Euroásia e América do Norte, emigrando para o norte na primavera e para o sul no Outono. Entre eles encontravam-se os mamutes que viveram que viveram há dez mil anos.
A glaciação mais recente teve início há cerca de 90 mil anos e estendeu-se até 10 mil anos atrás. O intenso frio que se abateu sobre o planeta levou à extinção muitas das espécies animais que viveram naquela época, como todas as espécies de mamutes e mastodontes pois não possuíam as características necessárias de adaptação a esse meio e não se tendo verificado alterações no seu fundo genético que permitissem essa mesma adaptação, essas espécies acabariam por se extinguir.
O mamute é assim, um animal que se extinguiu à aproximadamente 10 mil anos, e que pertence à família Elephantidae incluída nos proboscídeos.
Tal como os elefantes, estes animais apresentavam tromba e presas de marfim encurvadas, que podiam atingir cinco metros de comprimento, mas tinham o corpo coberto de pelo. Esta evolução que determinou o surgimento dessa nova característica em relação aos seus ancestrais, aplicando a teoria de Darwin, é explicada da seguinte forma: os mamutes habitavam na Europa, norte da Ásia e América do Norte onde o clima era bastante frio. Havendo variabilidade intra-especifica, existem nas populações variações naturais, por exemplo no tamanho dos membros, logo no caso estudado, na população de mamutes, os indivíduos mais aptos às condições do meio onde se encontravam eram aqueles que estavam mais protegidos das baixas temperaturas, portanto, aqueles que possuíam mais pelo no corpo. Ao estarem mais aptos, sobreviviam mais em relação aos restantes indivíduos, e assim ao se reproduzirem passaram as suas características à descendência.
Os elefantes são os membros da família Elephantidae, pertencendo: à Ordem Proboscidea; à Classe Mammalia; ao Filo Chordata e ao Reino animalia.
Actualmente só existem três espécies, a asiática, Elephas sp, e duas africanas: Loxodonta africana, da savana, e Loxodonta cyclotis, que vive nas florestas.
Por terem sofrido uma evolução separada por milhões de anos, as duas espécies apresentam algumas diferenças anatómicas. O elefante africano é o maior e o mais pesado. Outrora, habitava todo o continente, com excepção das zonas mais áridas, como o Saara e o deserto da Namíbia.
Mas, actualmente desapareceu do norte de África. O elefante africano pode atingir 4 metros de cernelha, sendo o das florestas equatoriais muito mais pequeno. O elefante asiático, que geralmente habita nas florestas, não ultrapassa os 3 metros de cernelha, poderemos explicar este facto afirmando que, vivendo este elefante na floresta, tendo menores dimensões está mais apto nesse local pois é possível a sua deslocação entre as árvores. As suas orelhas são mais pequenas, visto que as do elefante africano são grandes possibilitando assim uma melhor refrigeração do corpo face às altas temperaturas do meio onde vive. As presas do elefante asiático mais direitas e mais curtas, frequentemente pouco desenvolvidas.
Ao longo da história, os elefantes foram utilizados pelo Homem para várias funções, como transporte, entretenimento e guerra.
A caça dos elefantes teve consequências a nível evolutivo. Visto que o objectivo primordial dos caçadores eram as presas, os animais que não as tinham graças a uma mutação genética, foram favorecidos. O processo resultou numa selecção artificial das populações de elefantes, onde os animais sem presas passaram de 1% do total a representar, em certos locais, cerca de 30% dos indivíduos.
O elefante é, igualmente, vítima da regressão da floresta húmida, que constitui um dos seus habitats naturais, e que diminui, em cada dia que passa, cerca de 40 ha por minuto.
Leonor Caetano, 11º1A

A origem e evolução da vida...

O Planeta Terra formou-se acerca de 4600 milhões de anos aquando da rotação e consequente acreção da nebulosa primitiva que deu origem a todo o Sistema Solar, após esta acreção deu-se a diferenciação e em seguida a desintegração radioactiva. Apesar de a Terra se ter formado à 4600 milhões de anos só existe dados de vida neste planeta desde à aproximadamente 3400 milhões de anos, no Pré-câmbrico. Os primeiros seres vivos que apareceram foram seres mais simples, os protistas, que eram quer autotróficos quer heterotróficos.
Em seguida dos seres procariontes surgiram os eucariontes. Esta evolução é explicada por duas hipóteses: a autogénica e a endossimbiótica. A primeira explica que os seres eucariontes teram surgido através de sucessivas invaginações da membrana plasmática, sofridas por um ser procarionte, com consequente especialização. A hipótese endossimbiótico diz que as células eucarióticas teriam surgido através de uma associação simbiótica de várias células procariontes.
Os seres que hoje existem são diferentes dos que existiam na Terra no inicio da vida, ou seja, foram evoluindo de geração para geração. Esta ideia evolutiva nem sempre foi aceite pela sociedade que admitia o Fixismo, ou seja, as espécies eram unidades fixas e imutáveis que surgiram independentes umas das outras, e em conjunto acreditavam no Criacionismo que dizia que estas espécies foram originadas por criação divina e mantinham-se fixas ao longo dos anos.
Os seres eucariontes são seres seres mais complexos e podem ser autotróficos, como é o caso das plantas, ou seres heterótróficos, como os animais. Estes seres vivos têm mais habituação às mutações e, por suja vez, estão mais sujeitos a diversificação das espécies. Um dos casos de seres procariontes é uma bactéria.
Durante vários séculos, os cientistas e filósofos tentaram compreender e explicar a evolução dos seres vivos. Desde Aristóteles a Whittaker, os cientistas dividiram os seres vivos em reinos, desde a divisão em 2 reinos que foi aceite desde Aristóteles a Lineu até a divisão em cinco reinos sugerida por Whittaker e aceite até agora.
José Patto, 11º1A
Realizou-se no passado dia 4 de Março a 1ª eliminatória das IV Olimpíadas de Biotecnologia. Apresentamos os resultados da parte relativa às questões de escolha múltipla (máximo de 20 pontos).

Para mais informações consultar http://www.esb.ucp.pt/olimpiadasbio/

terça-feira, fevereiro 03, 2009

Ciclo de vida de Daphnia magna

Para informações mais detalhadas sobre a biologia de Daphnia magna, carregar aqui.

Morfologia da Daphnia magna


(Fêmea de Daphnia magna)
Para informações detalhadas sobre este animal, carregar aqui.

Daphnia como modelo biológico

A Daphnia é um animal fácil de cultivar em laboratório, com baixo custo, que requer pouco espaço e pequenas quantidades de soluções aquosas. Possui um ciclo de vida curto, alta fecundidade, reprodução sexuada ou por partenogénese cíclica, dependendo das condições do meio (quando as condições são adversas, ocorre reprodução sexuada e quando as condições são favoráveis, reproduz-se por partenogénese) sendo fácil a obtenção de populações homogéneas em termos de tamanho, idade e sexo.
Apresenta uma ampla distribuição geográfica, importância ecológica e elevada sensibilidade a uma grande variedade de tóxicos. As suas respostas biológicas fundamentais são muito semelhantes às humanas e apresenta sistema nervoso, digestivo, circulatório, respiratório, óptico e reprodutor.
É perfeitamente transparente de modo que os seus órgãos internos são visíveis ao microscópio, podendo-se observar, por exemplo: o batimento do seu coração, a fecundidade ou o funcionamento do seu olho.
Apresenta, como todos os crustáceos, uma carapaça que no seu caso sofre muda diária.
Estas qualidades fazem de Daphnia magna um excelente modelo biológico para testar drogas, uma vez que estas afectam o seu ritmo cardíaco da mesma forma que o dos humanos.

Primeira referência a Darwin em Portugal

Muito interessante!
Uma tese doutoral ("As espécies são mudáveis?") de Júlio Augusto Henriques, defendida em 1865 à Universidade de Coimbra, seis anos depois da publicação de "A Origem das Espécies".
Aconselhamos a sua exploração - basta carregar aqui.

quinta-feira, janeiro 29, 2009

Quais as vantagens do uso da Drosophila melanogaster

Quem é?
A Drosophila apresenta o corpo dividido em cabeça, tórax e abdómen:
  • Cabeça: Distinguem-se as antenas, os olhos e as peças bucais;
  • Toráx: Dividido em 3 segmentos com um par de patas por segmento. O segundo segmento possui o par de asas (finas e membranosas) e o terceiro segmento possui os halteres - pequenas estruturas que funcionam como orgão de equilíbrio;
  • Abdómen: Possui uma segmentação nítida desprovida de apêndices e constitui o centro de nutrição.

Classificação:
Tipo: ARTHROPODA
Classe: Insecta
Ordem: Diptera
Família: DROSOPHILIDAE
Género: Drosophila
Espécie: Drosophila Melanogaster

A Drosophila Melanogaster é originária da África central mas actualmente está distribuida por todos os países com um clima quente. Nos países com um clima predominantemente frio apanas aparecem no verão devido às migrações. Durante o Inverno podem aparecer em lugares quentes como padarias.

Mas qual a razão do sucesso de trabalhar com estas moscas?
O sucesso da Drosophila melanogaster ao nível da análise genética deve-se a vários factores:
  • as fêmeas são muito fecundas (cada fêmea é capaz de produzir cerca de 200 a 300 descendentes);
  • Fácil cultivo no laboratório;
  • Ciclo de Vida curto;
  • Produz grande descendência;
  • Apresenta dimorfismo sexual, sendo fácil a distinção dos sexos;
  • As culturas ocupam pouco espaço;
  • Fácil manuseamento e observação;
  • Reduzido número de cromossomas: 4 pares;
  • Apresenta um grande número de mutantes.

Para ver o vídeo:«Fruit Fly Genetics Experiment» carregar aqui.

Projecto Mokidros

Como resultado do desenvolvimento de trabalhos do Instituto de Biologia Molecular e Celular (IBMC) nasceu o projecto Mokidros que pretende aplicar esses trabalhos de investigação nas escolas.
A turma do 12º ano, de Biologia, está a desenvolver este projecto, no Colégio Valsassina.
Com o Mokidros pretende-se divulgar uma nova e necessária ideia de participação na actividade científica e laboratorial.
Assim, recorremos ao modelo biológico Drosophila. A metodologia aplicada permite uma transferência de Know-how entre o Laboratório Associado e as escolas. Ao fazer a compilação dos protocolos já existentes e associando a sua utilização em sala de aula, assumimos o compromisso de complementar o ensino teórico com uma prática associada ao trabalho laboratorial.
Para tal, estamos a montar uma estação de trabalho com vista à criação e análise de moscas da fruta. Os alunos participam neste atelier em regime de tutoriado, permitindo, desta forma, ganharem maior autonomia e conhecimentos no que diz respeito ao trabalho laboratorial.

quarta-feira, janeiro 28, 2009

Projecto Daphnia -2º dia de trabalhos


Hoje dedicámo-nos a conhecer um pouco mais as daphnias. Esperamos na próxima semana dar início às actividades - está tudo preparado para testar o efeitos de drogas comuns no ritmo cardíaco.

Observámos alguns exemplares e testámos a contagem do batimento cardíaco. Não é muito fácil!!!..
Parece que já temos juvenis!...

Mas o que é uma Daphnia?
Microcrustáceo de água doce, com cerca de 1.5 mm de comprimento, vulgarmente designado por pulga-de-água devido aos movimentos específicos das segundas antenas que lhe dão a aparência de se deslocar em pequenos saltos.
Apresenta, como todos os crustáceos, uma carapaça que no seu caso sofre muda diária.
Habitante comum das águas doces interiores do globo, que se alimenta de algas e é a presa principal de vários peixes.
Muito usada em bioensaios toxicológicos, nomeadamente nos testes requeridos pela legislação nacional e europeia para a avaliação de ecotoxicológica de novos agentes químicos, de efluentes urbanos e industriais e de ecossistemas de água doce.
Em condições naturais, Daphnia magna reproduz-se por partenogénese cíclica, o que fornece tanto clones de longo termo como populações com reprodução sexuada. Ou seja, durante a maior parte do ano as populações naturais de Daphnia magna são constituídas maioritariamente por fêmeas, sendo os machos apenas abundantes na Primavera e Outono ou quando ocorrem condições ambientais desfavoráveis como, por exemplo, baixas temperaturas ou grande densidade e subsequente acumulação de produtos excretores. Contudo, em laboratório, onde as condições ambientais são favoráveis e constantes, a reprodução sexuada normalmente não ocorre, e D. magna reproduz-se apenas partenogenicamente originando numerosos descendentes geneticamente idênticos às fêmeas progenitoras o que permite eliminar a variabilidade de ordem genética dos bioensaios.
O seu ciclo de vida varia entre, cerca de 40 dias a 25 ºC, e 56 dias a 20ºC. Quando mantida em laboratório, esta espécie tem, normalmente, juvenis de 2 em 2 dias e precisa de 6 a 10 dias para dar origem à primeira ninhada. Os ovos são libertados quando estas mudam a sua carapaça.
(texto adaptado de «biologia no verão»)

terça-feira, janeiro 20, 2009

Projecto Daphnia - início das actividades

Verificação dos Kits/Preparação das Culturas

Verificámos todos os kits, observando se continham o material necessário ao projecto e a taxa de mortalidade das dáfnias, que correspondia a um valor entre 15 e 25%, semelhante ao valor indicado (10 a 15%).
De seguida, começámos a montagem das culturas de Dáfnias (Dapnia magna) e de Algas Verdes (Chlorella vulgaris).
Para as culturas de dáfnias, desinfectámos dois aquários com álcool etílico a 70%, enchendo-os depois com água mineral da Serra da Estrela, e montando o termómetro, verificámos que a temperatura era inferior ao necessário para sobrevivência das dáfnias, e por isso aquecemos a água utilizando um termóstato, até se atingir a temperatura pretendida (20,5ºC) Medimos também o pH da água com um sensor. Após a montagem do aquário, despejámos com uma pipeta uma porção de algas verdes, e só depois as dáfnias. Para as culturas das algas, desinfectámos dois balões de Ernlenmayer com álcool etílico a 70%, evaporando depois o álcool com o secador, e enchendo os balões com 250ml de água mineral Serra da Estrela. Depois, enrolou-se algodão em gaze, fazendo rolhas para tapar os balões, para isolar o balão, e introduzindo um tubo para criar condições de oxigenação da água.


Estamos agora em condições arrancar com as actividades...^
11º 1A; 11º 1B
Chlorella vulgaris
Dapnia magna

quarta-feira, janeiro 14, 2009

Projecto Daphnia

Promovido pelo Visionarium o Projecto Daphnia permite a utilização de um Modelo Biológico (Daphnia magna) no Ensino Experimental das Ciências.
As turmas de biologia do Colégio Valsassina vão estar envolvidas neste projecto. Os kits estão quase a chegar e até ao final do mês de Janeiro iremos dar início às actividades.

Para mais informações sobre este projecto carregar aqui.