domingo, abril 02, 2006

Rituais de acasalamento e selecção




A selecção natural operou a especialização, bem como a extinção de espécies. Ao longo do tempo geológico, o balanço deste processo favoreceu nitidamente o aparecimento de novas espécies, ou, dito de outra maneira, a biodiversidade. A biodiversidade refere-se à variabilidade dos seres vivos que se encontram no mundo natural. O conceito abrange a diversidade genética das espécies, a diversidade genética dentro de uma dada espécie, e também a diversidade dos ecossistemas e habitats.
Para a manutenção desta grande biodiversidade, os seres praticam diversos tipos de reprodução: reprodução assexuada (tipo de reprodução em que os novos indivíduos se formam sem que ocorra a formação de gâmetas; ocorre fundamentalmente nos seres vivos inferiores, microrganismos e plantas) e reprodução sexuada (tipo de reprodução que requer a união de duas células reprodutoras - gâmetas - para que ocorra a fertilização). No caso da reprodução sexuada, pode ou não envolver o acasalamento de macho e fêmea. Existem vários tipos de acasalamento: poliginia (quando várias fêmeas acasalam com um macho), poliandria (quando vários machos acasalam com uma fêmea) e monogamia (quando um único macho acasala com uma única fêmea).



No decorrer do acasalamento ocorrem diversos rituais típicos para a sedução do oposto. Portanto, os rituais de acasalamento são o conjunto de rituais de sedução que são exercidos por um macho ou fêmea para cativar o interesse do oposto com o fim da procriação: se o acasalamento em questão for do tipo poliginia (quando várias fêmeas acasalam com um macho), quem pratica os rituais normalmente são as fêmeas; se o acasalamento em questão for do tipo poliandria (quando vários machos acasalam com uma fêmea), são os machos que praticam os rituais; se o acasalamento em questão for do tipo monogamia (quando um único macho acasala com uma única fêmea), qualquer um dos intervenientes no acto podem executar os rituais.
Estes rituais de acasalamento são praticados normalmente entre seres da mesma população (conjunto de indivíduos da mesma espécie que ocupa uma determinada área geográfica). Os rituais são praticados de diversos modos, com vista a clarificar as características de cada ser, como por exemplo: os albatrozes combatem entre si para determinar quem é o mais forte e apto para reprodução, ou seja, os albatrozes ao combaterem demonstram quais as suas melhores qualidades (agilidade, força, inteligência, velocidade etc.); no caso de algumas aves de pequenas dimensões, o acasalamento ao ser do tipo monogamia, cada um dos intervenientes (macho e fêmea) exibe-se e demonstra algumas qualidades pessoais (astúcia, inteligência, cânticos, etc.).
Após os rituais, há a chamada selecção do indivíduo dominante, isto é, do indivíduo mais apto para a reprodução. Esse indivíduo que possua a combinação de genes que lhe confiram um conjunto de características mais vantajosas, será seleccionado em relação a outros menos favorecidos da mesma população.


Pode-se afirmar então, que estes rituais têm como objectivo a selecção do indivíduo (macho ou fêmea) que possua a combinação de genes que lhe confiram um conjunto de características mais vantajosas em relação a outros menos favorecidos da mesma população, para que este se reproduza de transmita esses genes ao futuro da população, ou seja, aos descendentes.


Rodrigo Loureiro, 11º 1

Pegada Ecológica



A Pegada Ecológica constitui uma forma de medir o impacto humano na Terra. Este conceito, desenvolvido por Mathis Wackernagel e William Rees, no livro “Our Ecological Footprint - Reducing Human Impact on the Earth” (1996), exprime a área produtiva equivalente de terra e mar necessária para produzir os recursos utilizados e para assimilar os resíduos gerados por uma dada unidade de população. Pode ser calculada para um indivíduo, uma comunidade, um país, ou mesmo para a população mundial. Por outras palavras, a Pegada Ecológica avalia a extensão com que uma dada população se apropria do espaço biologicamente produtivo. A Pegada Ecológica permite calcular a área de terreno produtivo necessária para sustentar o nosso estilo de vida. Uma vez que as pessoas usam recursos de todas as partes do mundo, e afectam locais cada vez mais distantes com os seus resíduos, esse espaço é, geralmente, o somatório de uma série de pequenas áreas distribuídas por todo o planeta que, na sua totalidade, tem vindo a aumentar.




Para calcular a Pegada Ecológica é necessário estimar o consumo de bens e serviços e a produção de resíduos da unidade de população em estudo. Esses bens e serviços incluem várias categorias, como os alimentos, o vestuário, o transporte, a energia, o lazer, a habitação, os produtos com origem na madeira (lenha, papel, mobiliário...), etc. Posteriormente, estima-se a área necessária à produção de cada um desses bens, dividindo a sua média anual de consumo, pela média da sua produtividade. Cada uma dessas áreas é considerada equivalente a um tipo de área biologicamente produtiva, e a sua soma constitui a Pegada Ecológica. As áreas consideradas biologicamente produtivas são as seguintes: área cultivada; área de pasto; área de floresta; área de recursos marinhos; área construída e área de floresta necessária para absorver as emissões de dióxido de carbono associadas ao consumo de combustíveis fósseis. De notar que, nos estudos até aqui realizados, ainda não foi possível entrar em consideração com variáveis importantes, como os consumos de água e a libertação de poluentes tóxicos, por insuficiência de dados, pelo que os valores das Pegadas Ecológicas apresentados têm sido subestimados. Dividindo a área produtiva pela população mundial, que em 1996 era de 5,7 biliões de habitantes, cada pessoa teria disponíveis, se os recursos fossem igualmente distribuídos, 2,2 hectares de área para satisfação das suas necessidades de consumo e assimilação dos seus resíduos. Essa área seria menor, tomando em consideração o espaço necessário à vida dos cerca de 15 milhões de espécies que povoam o Planeta.

Em 1996, a Pegada Ecológica Mundial foi de 2,85 hectares por pessoa (não considerando a área necessária às restantes espécies), o que excedeu em cerca de 30% o espaço biologicamente produtivo da natureza no mesmo ano. A Pegada Ecológica mundial é muito elevada, porque os países industrializados têm uma Pegada Ecológica muito elevada. Se o uso dos recursos da natureza não começar a ser controlado em breve, com o aumento da população mundial corre-se o risco de a Terra deixar de conseguir sustentar as necessidades dos seus habitantes.

Pedro Bica, 11º 1

Mutações, fonte primária de variabilidade genética


Mutações são alterações ao nível do material genético, que ocorrem de forma espontânea. As mutações podem causar graves deficiências a nível mental e físico, no caso de serem prejudiciais ao portador das mesmas. Quando essa mesma mutação é neutra, pode persistir durante várias gerações, aumentando a variabilidade genética. Podem dar-se mutações nos genes ou nos cromossomas, sendo designadas respectivamente por mutações génicas e mutações cromossómicas. Aos indivíduos que são afectados por mutações dá-se o nome de mutantes.

Mutações Génicas


São mutações que ocorrem ao nível dos genes e podem dar-se por: substituição, inversão, delecção ou inserção. Na substituição ocorre a troca de um nucleótido de DNA por outro. Na inversão há uma alteração na ordem dos nucleótidos. Na delecção ocorre a perda de um nucleótido. Na inserção ocorre o acrescento de um nucleótido. As mutações génicas podem ser hereditárias – Herança Autossómica Recessiva – se o descendente herdar um gene recessivo de cada progenitor.

Alguns exemplos mutações genéticas são a mucoviscidose, o albinismo, a anemia falciforme, a galactosemia, a fenilcetonúria e a fibrose quistica.

Mutações cromossómicas

Ocorrem ao nível dos cromossomas e podem ser estruturais ou numéricas.
Mutações cromossómicas estruturais podem dar-se por delecção, translocação simples, inversão, translocação recíproca e duplicação.
Delecção à ocorre a perda de uma porção do cromossoma. A delecção pode designar-se por terminal, se ocorrer na parte terminal do cromossoma ou delecção intercalar, se ocorrer na parte média do cromossoma.
Translocação simples à ocorre a transferência de uma porção ou de um cromossoma inteiro para outro, sendo que a porção transferida pertence a um cromossoma não homólogo.
Inversão à uma porção do cromossoma é invertida.
Translocação recíproca à ocorre a troca de segmentos de cromossomas entre cromossomas não homólogos.
Duplicação à repetição de uma porção do cromossoma.

Mutações cromossómicas numéricas podem ser euploidias ou aneuploidias.
As euploidias ocorrem quando todos os cromossomas são alterados, ou seja todo o genoma. As euploidias podem ser de dois tipos, haploidias ou poliploidias. Podem ser provocadas por fecundação do óvulo por mais de um espermatozóide, falhas na mitose durante a formação dos órgãos sexuais, falhas na meiose que conduzem à formação de gâmetas não haplóides e quebra de cromossomas através do centrómero.

As aneuploidias não abrangem o genoma inteiro, e ocorrem sempre que se dá uma diminuição ou um aumento dos cromossomas. As aneuploidias podem ser de quatro tipos: monossomias, nulossomias, trissomias e polissomias.
Monossomias (2n-1) e nulossomias(2n-2) são letais e as trissomias(2n+1) e polissomias(2n+i, i>2) causam graves deficiências a nível físico e psicológico.

Alguns exemplos de mutações cromossómicas são a Síndrome de Down (Trissomia 21), Síndrome de Edwards (Trissomia 18), Síndrome de Patau (Trissomia 13, 9 e 8), Síndrome de Cri-du-Chat, ou Grito do Gato (delecção do cromossoma 5), Síndrome de Klinfelter (cromossomas sexuais a mais, XXY ou XXYY, ocorre apenas no sexo masculino) e Síndrome de Turner (ausência de um cromossoma X, ocorre apenas no sexo feminino.

Todas as deficiências de que os fetos poderão ser portadores, hoje em dia podem ser detectadas através de diversos exames, tais como a amniocintese. Apesar de ser eficaz, pode ser doloroso e perigoso para as grávidas fazerem, dado que o objectivo desse exame é retirar líquido amiótico para análise, através de uma agulha, e por isso é especialmente recomendado a grávidas com uma certa idade (a partir dos 35 anos) ou com casos de familiares com este tipo de doenças.

Rebeca Familiar, 11º1