quinta-feira, março 23, 2006

Autofagia

A autofagia é um fenómeno em que organelos celulares que já não se encontram funcionais são englobados por uma membrana e por lisossomas, sendo decompostos.
A autofagia celular, na qual as células reciclam os seus próprios organelos e proteínas, pode ser a chave para o desenvolvimento de novos tratamentos contra o cancro, doenças degenerativas e infecções.
















Este mecanismo interno, exercido principalmente em situações de fome, é considerado o segundo tipo de morte celular programada (PCD). A apoptose é a primeira forma de morte celular programada identificada, chamada de PCD Tipo I. Na autofagia (PCD Tipo II), as células assemelham-se a pequenas cápsulas com dupla membrana. Essas vesículas circundam e "destróem" partes dos componentes físicos celulares.
Vesículas autofágicas têm sido vistas em células sob morte celular programada, mas ainda não está claro se elas estão a tentar proteger a célula da apoptose ou a apressar a sua morte. Esse processo foi identificado em diferentes espécies, entre elas a levedura, o fungo usado como fermento do pão.
A autofagia é apenas um método da célula livrar-se das suas partes danificadas. Nas células nervosas, por exemplo, poderia haver uma autofagia para corrigir problemas, sem ter de destruir a célula. Altos níveis de vesículas autofágicas também têm sido notados em algumas formas de doenças degenerativas musculares e nervosas, como Huntington, Parkinson, Alzheimer e ALS (doença de Lou Gehrig). No entanto ainda não está claro porque razão as vesículas estão a acumular-se. As duas hipóteses propostas são: ou as vesículas estão a ser formadas porque não estão a ser usadas, ou as células estão a produzir mais vesículas.
Um grupo de cientistas japoneses descobriu que um pouco antes do parto o organismo do feto desencadeia um violento processo de autofagia. Para isso, o organismo utiliza um mecanismo que normalmente destrói células mortas.
A autofagia degrada células do fígado, dos músculos, e parece ocorrer em quase todos os órgãos, liberando seus constituintes para servir como alimento. Esta destruição prossegue até que o recém-nascido consiga alimentar-se. Quando começa a mamar a autodestruição é interrompida.


Margarida Monteiro, 11ºI