quinta-feira, fevereiro 16, 2006

Existe um plano para a evolução?

Chamamos evolução à variação contínua da diversidade e da adaptação das populações de seres vivos ao longo do tempo. A palavra provém do latim, evolutio, que significa “desabrochamento”.
Dentro da vasta área que é o estudo da evolução podemos considerar um aspecto muito importante e que gera bastantes polémicas, o ritmo evolutivo.
Charles Robert Darwin (1809-1882) foi um naturalista inglês, que teve uma enorme importância na história da humanidade. Este, durante várias décadas, recolheu muitos exemplos, estudou outros autores e por fim conseguiu provar que as espécies se alteram se dorme lenta e progressiva ao longo do tempo, originando outras espécies diferentes. Esta teoria evolucionista veio contrariar a hipótese defendida até à altura, a teoria fixista, que admitia que as espécies surgiram como hoje as conhecemos e mantiveram-se imutáveis ao longo do tempo e das gerações.
O conceito que verdadeiramente caracteriza a teoria da evolução de Darwin é o conceito de selecção natural. Este representa o processo pelo qual os indivíduos que possuem qualquer vantagem adaptativa em relação aos restantes num determinado tempo e ambiente, têm maior facilidade para sobreviverem, duram mais tempo e reproduzem-se em maior quantidade, aumentando assim o numero de organismos desta espécie mais apta.


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Darwin, no entanto, cometeu um erro quando defendeu o gradualismo, corrente que defende que a evolução ocorre através da acumulação de pequenas modificações ao longo de várias gerações, de forma lenta e gradual. Esta corrente está em contradição com a teoria da selecção natural defendida pelo próprio Darwin, na medida em que se esta afirma que a evolução se processa através da extinção dos organismos menos aptos, então o ritmo de evolução é ao acaso e não gradual, isto é, é espontâneo, depende das adaptações dos seres vivos face ao meio ambiente e não da complexidade dos organismos.

O naturalista que mais contestou o gradualismo defendido por Darwin foi Huxley, afirmando que Darwin junta duas questões diversas, a de selecção natural como mecanismo de mudança evolutiva e a do gradualismo como seu ritmo característico, sendo este último uma suposição falsa. Huxley baseou-se no registo fóssil para justificar o erro do gradualismo, pois estes não documentam praticamente nenhum caso de transformação lenta e constante.

Em 1985 foi encontrado, a 30 metros abaixo da sequência estratigráfica, o fóssil deste um grande artrópode, o qual os paleontológicos deram o nome Sanctacaris. Este apresentava características de um organismo com aproximadamente 10 cm de comprimento, bastante complexo e desenvolvido, com características de um grande predador, entre as quais um par de apêndices birramosos e grandes ramos branquiais, que indica que deveria ser um excelente nadador.
Através do estudo de anatomia comparada, chegou-se à conclusão que este é o primeiro membro conhecido de uma linha que eventualmente resultou nas aranhas, nos escorpiões e nos ácaros.
Este organismo é um óptimo exemplo que nos leva a concluir que não há “escada evolutiva”. Se Sanctacaris era um organismo desenvolvido, complexo e com condições para ser um bom predador, porque razão é que se extinguiu? É impossível sabermos as razões que o levaram a desaparecer. Provavelmente terá ocorrido uma catástrofe, isto é, uma mudança súbdita no ambiente que, dificultando a adaptação de Sanctacaris, prejudicou a sua reprodução e manutenção da espécie.
Podemos então, a partir deste caso, concluir que o ritmo característico do mecanismo de evolução não é lento e seguro.
A evolução é "espontânea". Um determinado organismo sobrevive se for apto ao meio onde vive, independentemente do grau de complexidade e de desenvolvimento que apresenta.

Teresa Vaz, 11º 1

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