sexta-feira, março 16, 2012

Gastronomia molecular


            Nos últimos anos começou a tomar-se consciência da relação entre a ciência e a cozinha. Na verdade, conhecer os ingredientes com que se trabalha mais aprofundadamente e de um ponto de vista cientifico, bem como compreender os fenómenos físicos e químicos que ocorrem quando se cozinha, permitem obter um importante Know-How sobre a melhor forma de os confeccionar e combinar.
            O facto de se compreender os processos e as técnicas culinárias cientificamente permite abordar o ato de cozinhar com maior conhecimento, abrindo-se inúmeras possibilidades em termos de optimização de processos e qualidade final, e de eficácia do processo criativo. Ao compreender os porquês do que era feito empiricamente, abriu-se a possibilidade de se trabalhar numa cozinha com um domínio diferente sobre os alimentos e técnicas para os transformar / cozinhar e, como consequência, tem sido possível a obtenção de novos e melhores resultados. O conhecimento cientifico possibilita ainda a introdução de certos ingredientes menos vulgares, bem como de novas técnicas.

            A gastronomia molecular é um ramo da ciência dos alimentos nascido há cerca de 20 anos e que se centra nos fenómenos físicos e químicos que ocorrem quando se está a cozinhar(http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=9323&op=all, disponível em 20 de Novembro de 2011). A expressão "gastronomia molecular" foi criada em 1988, pelo físico húngaro Nicholas Kurti, da Universidade de Oxford, e pelo químico francês Hervé This.
            Esta ciência é dedicada ao estudo dos processos químicos e físicos relacionados com a culinária. Estuda os mecanismos envolvidos nas transformações dos ingredientes no cozimento e investiga os aspectos sociais, artísticos e técnicos da culinária e gastronomia (de um ponto de vista científico).
            Para as próximas gerações é imprescindível que a alimentação disponível seja orgânica, de origem vegetal e ambientalmente responsável. Com a superpopulação mundial, os problemas ambientais presentes e os que se adivinham e a evidente falta de comida no futuro, caberá à ciência procurar soluções. A ciência e a tecnologia permitem não só conservar e preparar os alimentos de forma satisfatória, mas também inventar novas texturas, cores e sabores que todos os dias nos surpreendem.


            A textura dos alimentos tem um papel fundamental na forma como os sentimos quando os degustamos, tão importante como a sensações gustativas, olfactivas e visuais. Esta é muitas vezes uma característica determinante na aceitabilidade de um alimento, e influencia o prazer que este proporciona ao consumidor. São exemplos a carne que se quer tenra, certos queijos amanteigados, as batatas fritas, as bolachas que se querem crocantes.
            Os texturantes são principalmente proteínas, lípidos de várias origens e fazem  parte de uma lista de aditivos alimentares autorizados na União Europeia geralmente designados por “Es”, seguida de três ou quatro algarismos. Os texturantes encontram-se na categoria de emulsionantes, estabilizantes, espessantes e geleificantes, como por exemplo : Agar ( E 406, polissacarídio extraído de algas vermelhas); Alginatos (E 400-404, polissacarídeo extraído de algas castanhas); etc
            Os géis são sistemas constituídos por uma fase liquida retida numa fase sólida, sendo esta constituída por uma rede tridimensional de moléculas longas interligadas. Os gelificantes usados na alimentação podem ter diversas origens: Plantas, Algas, Microbiana e Animal.
            A escolha da substancia texturante mais apropriada para cada caso depende do resultado pretendido, das especificações de cada texturante e dos ingredientes a geleificar.
          O objectivo do nosso trabalho é obter mais conhecimentos sobre a gastronomia molecular; explicar como se iniciou o estudo e  prática desta em Portugal; referir figuras portuguesas que se destacaram mais neste ramo; descrever a influência da arte e da ciência na alimentação; e aplicar algumas das vastas receitas da gastronomia molecular. Para este fim, iremos demonstrar que a ciência e a arte podem estar muito presentes nos hábitos de consumo de alguns alimentos, que, aparentemente para certas pessoas, podem não parecer muito atractivos. Por fim, propomo-nos a fazer um livro com algumas destas receitas gastronómicas e seleccionaremos três delas para demonstrar ao público.


Filipa Verdasca e Beatriz Chagas. 10º1A

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