“Esta raça de cão é muito boa para se ter num apartamento.”
“Não quero misturas para manter esta raça de cavalos pura.”
“Muita gente sofre injustiças sociais por serem de uma raça diferente.”
Estas frases e outras são muito ouvidas no dia a dia. Todas elas se referem ao mesmo termo: raça. O que é uma raça? Um “conjunto de seres da mesma espécie que são ligeiramente diferentes dos outros seres dessa mesma espécie mas semelhantes entre si”.
Como, ao longo da história, surgiram estas raças? De acordo com Lamarck, uma mesma espécie teve de se adaptar a diversos meios, tendo-se adaptado cada grupo de seres vivos de uma forma diferente dos outros. Pela lei do uso e desuso, os seres vivos desenvolveram ou atrofiaram certos órgãos ou membros. De seguida, pela lei da herança dos caractéres adquiridos, os progenitores passaram esse desenvolvimento ou esse atrofio aos seus descendentes. Ao longo dumas gerações, obtém-se vários grupos que, apesar da mesma espécie, possuem diferentes graus de desenvolvimento das suas várias estruturas.
No entanto, segundo a teoria aceite actualmente, ou seja, de acordo com Darwin (mais concretamente o Neodarwinismo), dentro duma mesma espécie existe variabilidade intra-específica (devida à variabilidade genética). Uma mesma espécie, ao estar sujeita a diferentes tipos de selecção natural, acaba por formar diversos grupos, cada qual com o seu “mais apto” que, por sobreviver em maior quantidade, se reproduz em maior quantidade. No final, cada grupo tem um conjunto de características (um fundo genético) diferente dos outros, mas todos semelhantes entre si.
Tanto pelo ponto de vista de uma teoria como de outra, os “grupos” diferentes entre si apesar de pertencerem à mesma espécie representam diferentes raças.
Dando um exemplo, Darwin reparou que, nas Ilhas Galápagos, cada ilha tinha um “tipo” de tentilhão característico e único que, com já vimos, surgiram por cada ilha ter critérios de selecção natural diferente das outras. Cada “tipo” é na verdade uma raça de tentilhão.
Apesar de se usar o termo raça relativamente bastantes vezes, uma pergunta se levantou, e ainda procura ser definitivamente respondida: As raças, do ponto de vista científico, existem?
No debate actual, existem argumentos tanto a favor como contra a sua existência: é um termo já muito usado no dia a dia mas, por outro lado, é um termo que não têm fundamento científico; é um termo bastante prático para referir grupos dentro de uma espécie mas, para isso, já existe o termo sub-espécie. Existem mesmo evidências científicas: existem diferenças morfológicas entre duas “raças” diferentes mas também existem sobretudo semelhanças; numa análise ao código genético de duas raças, são observadas diferenças mas que são praticamente residuais face à dimensão do genoma de cada espécie.
Na actualidade, segundo dados científicos, não existem argumentos suficientes para se considerar as raças como uma realidade. As diferenças morfológicas e genéticas já referidas não justificam a existência de um taxon ainda mais específico do que a espécie ou sub-espécie.
Vendo bem, como seria esse novo taxon?
· grupo de seres vivos;
· com fundo genético semelhante;
· morfologicamente semelhantes entre si;
· capazes de se reproduzir originando seres férteis.
Olhando atentamente para esta definição, reparamos que é uma cópia quase exacta da definição de espécie, não havendo portanto sentido em a criar.
Também se poderia sugerir que se fizesse uma selecção natural ou artificial de tal modo disruptiva que se começassem a evidenciar mais claramente as diferenças entre duas “raças”, ou até mesmo uma manipulação genética que as evidenciasse; no entanto, isso teria de ser um processo muito cuidadoso porque se as diferenças fossem demasiadas, as duas raças tornar-se-iam sexualmente incompatíveis: estaríamos não perante duas raças, mas perante duas espécies diferentes.
Face a estas dificuldades em provar a existência real das “raças”, elas são consideradas neste momento como um abuso de linguagem, uma ideia fictícia, uma desculpa medíocre para justificar, entre outras coisas, o “racismo” de que tanto se ouve falar.
Encaremos a realidade, desenganemo-nos: as raças não existem!
“Não quero misturas para manter esta raça de cavalos pura.”
“Muita gente sofre injustiças sociais por serem de uma raça diferente.”
Estas frases e outras são muito ouvidas no dia a dia. Todas elas se referem ao mesmo termo: raça. O que é uma raça? Um “conjunto de seres da mesma espécie que são ligeiramente diferentes dos outros seres dessa mesma espécie mas semelhantes entre si”.
Como, ao longo da história, surgiram estas raças? De acordo com Lamarck, uma mesma espécie teve de se adaptar a diversos meios, tendo-se adaptado cada grupo de seres vivos de uma forma diferente dos outros. Pela lei do uso e desuso, os seres vivos desenvolveram ou atrofiaram certos órgãos ou membros. De seguida, pela lei da herança dos caractéres adquiridos, os progenitores passaram esse desenvolvimento ou esse atrofio aos seus descendentes. Ao longo dumas gerações, obtém-se vários grupos que, apesar da mesma espécie, possuem diferentes graus de desenvolvimento das suas várias estruturas.
No entanto, segundo a teoria aceite actualmente, ou seja, de acordo com Darwin (mais concretamente o Neodarwinismo), dentro duma mesma espécie existe variabilidade intra-específica (devida à variabilidade genética). Uma mesma espécie, ao estar sujeita a diferentes tipos de selecção natural, acaba por formar diversos grupos, cada qual com o seu “mais apto” que, por sobreviver em maior quantidade, se reproduz em maior quantidade. No final, cada grupo tem um conjunto de características (um fundo genético) diferente dos outros, mas todos semelhantes entre si.
Tanto pelo ponto de vista de uma teoria como de outra, os “grupos” diferentes entre si apesar de pertencerem à mesma espécie representam diferentes raças.
Dando um exemplo, Darwin reparou que, nas Ilhas Galápagos, cada ilha tinha um “tipo” de tentilhão característico e único que, com já vimos, surgiram por cada ilha ter critérios de selecção natural diferente das outras. Cada “tipo” é na verdade uma raça de tentilhão.
Apesar de se usar o termo raça relativamente bastantes vezes, uma pergunta se levantou, e ainda procura ser definitivamente respondida: As raças, do ponto de vista científico, existem?
No debate actual, existem argumentos tanto a favor como contra a sua existência: é um termo já muito usado no dia a dia mas, por outro lado, é um termo que não têm fundamento científico; é um termo bastante prático para referir grupos dentro de uma espécie mas, para isso, já existe o termo sub-espécie. Existem mesmo evidências científicas: existem diferenças morfológicas entre duas “raças” diferentes mas também existem sobretudo semelhanças; numa análise ao código genético de duas raças, são observadas diferenças mas que são praticamente residuais face à dimensão do genoma de cada espécie.
Na actualidade, segundo dados científicos, não existem argumentos suficientes para se considerar as raças como uma realidade. As diferenças morfológicas e genéticas já referidas não justificam a existência de um taxon ainda mais específico do que a espécie ou sub-espécie.
Vendo bem, como seria esse novo taxon?
· grupo de seres vivos;
· com fundo genético semelhante;
· morfologicamente semelhantes entre si;
· capazes de se reproduzir originando seres férteis.
Olhando atentamente para esta definição, reparamos que é uma cópia quase exacta da definição de espécie, não havendo portanto sentido em a criar.
Também se poderia sugerir que se fizesse uma selecção natural ou artificial de tal modo disruptiva que se começassem a evidenciar mais claramente as diferenças entre duas “raças”, ou até mesmo uma manipulação genética que as evidenciasse; no entanto, isso teria de ser um processo muito cuidadoso porque se as diferenças fossem demasiadas, as duas raças tornar-se-iam sexualmente incompatíveis: estaríamos não perante duas raças, mas perante duas espécies diferentes.
Face a estas dificuldades em provar a existência real das “raças”, elas são consideradas neste momento como um abuso de linguagem, uma ideia fictícia, uma desculpa medíocre para justificar, entre outras coisas, o “racismo” de que tanto se ouve falar.
Encaremos a realidade, desenganemo-nos: as raças não existem!
Inês Sousa Borges de Almeida, Colégio Valsassina – 11º B
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