segunda-feira, junho 04, 2007

Por que mudam as folhas de cor no Outono?

Todos os Outonos a diminuição do número de horas de sol e a descida das temperaturas levam as árvores a prepararem-se para o Inverno. Nesta preparação deixam cair milhões de toneladas de folhas. Em certas regiões, a queda das folhas é precedida por um espectáculo de cores. Inicialmente, as folhas verdes tornam-se amarelas, laranjas e encarnadas. Estas mudanças de cor são resultado de transformações nos pigmentos da folha.
A clorofila é um composto instável. A incidência da luz solar faz com que esta se decomponha. Para manter a quantidade de clorofila nas suas folhas a planta sintetiza-a continuamente. A síntese de clorofila necessita de luz solar e temperaturas elevadas. Assim, durante o Verão, a clorofila é continuamente degradada e regenerada nas folhas das plantas.
Quando os carotenóides e as clorofilas estão na mesma folha, esta capta luz encarnada, azul-esverdeada e azul. A luz reflectida pela folha é verde, funcionando os carotenóides como um pigmento acessório. A energia luminosa captada pelos carotenóides é transferida para as clorofilas, que a usam na fotossíntese. Os carotenóides permanecem nas folhas mesmo quando a clorofila desaparece. Quando tal acontece, estes fazem com que a folha adquira uma cor quente.
Durante o Verão as folhas são fábricas de produção de glicose a partir de dióxido de carbono e água, produção esta desencadeada pela acção da luz nas clorofilas. A água e os nutrientes (seiva bruta) entram pela raiz e sobem através do xilema até às folhas. A matéria orgânica obtida através da fotossíntese passa das folhas para as outras partes da planta através do floema, onde parte da energia é usada para o crescimento das células e outra parte é armazenada.
Os dias progressivamente mais curtos e as noites mais frias características do Outono desencadeiam mudanças na planta. Essas transformações podem traduzir-se, em algumas plantas, no crescimento de uma membrana entre o caule e a folha. Esta membrana dificulta a passagem de nutrientes para o interior da folha. Devido a este impedimento, a produção de clorofila na folha diminui e o seu aspecto verde desaparece progressivamente. Se a folha contiver carotenóides, a sua cor vai passando para amarelo à medida que a clorofila for deixando de ser sintetizada. Este é o primeiro sintoma da senescência. O primeiro passo na degradação da clorofila é a conversão de clorofila a em clorofilideo, reacção catalisada pela clorofilase. O catabolismo (processo metabólico nos organismos vivos que envolve a decomposição de substâncias relativamente complexas noutras mais simples, normalmente com libertação de energia) da clorofila desmascara a presença de carotenóides, que se acumulam durante a senescência.

Dá-se o nome de senescência ao processo de envelhecimento de uma estrutura vegetal determinada (por exemplo amarelecimento das folhas, maturação de flores e frutos) que provoca o fim da vida funcional desse órgão e, em certos casos, do organismo. Durante a senescência verifica-se, nos tecidos vegetais, um decréscimo na actividade metabólica (as taxas de fotossíntese e de respiração são inferiores às dos tecidos em plena metabolização, o que causa um desequilíbrio), o progressivo desaparecimento de clorofila, a degradação das proteínas, ácidos nucleicos, amido, etc. Há, assim, um decréscimo do poder de síntese e, por outro lado, um aumento dos processos de catabolismo.
Existem vários factores capazes de alterar o início da senescência, como por exemplo a duração do fotoperíodo, a temperatura, as deficiências de minerais, água disponível, etc. A intervenção de certas hormonas vegetais influencia também o processo, provavelmente através da regulação e síntese do RNA. A senescência resulta, afinal, de uma alteração do balanço hormonal que vai actuar sobre o código genético que preside à síntese das diversas enzimas
No fundo, a senescência é um processo altamente regulado durante o qual vários mecanismos metabólicos(1) são activados enquanto outros são desactivados.
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(1) O metabolismo é a totalidade de reacções químicas que ocorrem nas células vivas, incluindo a síntese de substâncias complexas a partir de outras mais simples (anabolismo), a degradação de substâncias alimentares complexas em moléculas mais simples (catabolismo), geralmente com libertação de energia, e a manutenção e renovação químicas de todas as partes do organismo.
Joana Magalhães da Silva, 10º 1A

1 comentário:

Anónimo disse...

Obrigada,ajudou mt xau