Na verdade a maior parte das bactérias com as quais convivemos são benéficas. Desempenham tarefas importantes para o organismo, ajudando por exemplo, na digestão de alimentos, como açúcares e fibras, e sintetizando vitaminas que o homem, por si só, não consegue produzir.
Qualquer mudança, levando à ausência ou presença de bactérias benéficas, pode desencadear efeitos no metabolismo e o desenvolvimento de doenças como inflamações intestinais.
De acordo com os cientistas, pelo menos 50% das fezes humanas são constituídas de bactérias que se começam a alojar no intestino pouco depois do nascimento. Na fase adulta, as pessoas convivem com aproximadamente 100 triliões de micróbios, de mais de mil espécies.
São seres vivos unicelulares e procariontes e, ainda que de dimensões reduzidas, são visíveis ao microscópio óptico.
A base primária utilizada na distribuição universal das bactérias é a sua versatilidade de metabolismo. As bactérias podem viver em condições de aerobiose e podem utilizar quase todas as substâncias como fonte de energia.
Nem sempre o meio ambiente é favorável à sobrevivência destes microorganismos. Temperaturas muito altas ou muito baixas podem destrui-los ou inactivá-los. Por vezes, para sobreviverem às más condições ambientais, podem manter-se em latência por períodos bastante longos, sob a forma de esporos.
Acção patogénica:
As bactérias desenvolvem a sua acção patogénica através da produção de enzimas ou de toxinas. As enzimas vão actuar directamente sobre as células vizinhas. As toxinas, que são proteínas tóxicas, subdividem-se em endotoxinas (quando incorporadas na bactéria e apenas prejudicam as células circundantes) e exotoxinas (quando libertadas para fora das bactérias e transportadas pelo sangue vão actuar sobre células distantes do local onde foram produzidas).
Morfologia das bactérias:
Atendendo à forma de como se apresentam podemos dividi-las em:
- Cocos – são esféricas e imóveis. Podem apresentar-se isoladas – cocos -agrupadas.duas a duas – diplococos, em cadeia – estreptococos, em cacho – estafilococos, ou em forma de cubos - sarcina
- Bacilos ou bastonetes – possuem forma alongada e mobilidade própria.
- Vibriões – em forma de vírgula apresentando mobilidade própria.
- Espirilos – em forma de espiral apresentando mobilidade própria.
- Espiroquetas – têm forma ondulante e apresentam mobilidade própria.
As bactérias são organismos extremamente adaptáveis e, por isso, capazes de viver em qualquer ambiente da Terra. Estão presentes na atmosfera, até uma altitude de 32 000 metros, e no interior da superfície terrestre, até uma profundidade de 3000 metros. Há ainda espécies que vivem nas fontes quentes das profundidades oceânicas, onde a temperatura ronda os 100°C e a pressão é de 265 atmosferas, enquanto que outras conseguiram adaptar-se a ambientes extremamente ácidos ou alcalinos. Com efeito, as bactérias conseguem abastecer-se da energia de que precisam de formas muito mais variadas do que os organismos superiores. Algumas bactérias conseguem obter os alimentos através da fotossíntese, tal como os vegetais, outras são parasitas e provocam doenças mais ou menos graves tanto nas plantas como nos animais (basta pensar na tuberculose ou na peste, por exemplo), mas a sua maioria alimenta-se de qualquer tipo de substância orgânica.
Ao decomporem todos os produtos dos outros organismos vivos, que doutro modo se extinguiriam, as bactérias permitem a recuperação dos minerais neles contidos. Sem as bactérias, qualquer forma de vida complexa, incluindo o ser humano, desapareceria rapidamente do nosso planeta.
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