O elefante é o último sobrevivente de um grupo animal florescente no Terciário: os proboscídeos. Um fóssil encontrado no Paquistão revelaria que o seu antepassado mais remoto, existente há cinquenta milhões de anos, se assemelhava a um grande javali.
Depois, no decurso dos milénios, os proboscídeos tornaram-se cada vez maiores, adquiriram uma tromba e duas ou quatro presas, os característicos dentes incisivos, por vezes com formas extraordinárias. No conjunto, trezentas outras espécies espalharam-se por todo o globo, à excepção da Antártida e da Austrália. Entretanto, descendências inteiras desapareceriam devido a mudanças climáticas. A dos mastodontes persistiria na América Setentrional até ao início da Quaternário.
A família dos elefantes é a última que actualmente sobrevive. E incluía os mamutes, adaptados sobretudo ao clima das épocas glaciárias, e várias espécies de elefantes, das quais seis ou sete coexistiram com o homem. Hoje em dia, apenas sobrevivem três.
Nos nossos dias, o elefante está ameaçado de extinção.
-Ancestral aquático e palaomastodonte
Há 36 milhões de anos, no Eoceno, no norte de África, viviam uns animais semelhantes aos hipopótamos pigmeus da actualidade. Estes animais, conhecidos por Moeritherium, passavam grande parte do tempo na água, assim como os hipopótamos, e pesavam aproximadamente 225 Kg. Julga-se assim, que sejam os antepassados do mamute, mastodonte e do elefante. Uma teoria levantada pelos pesquisadores é a de que um possível resfriamento no fim do período Eoceno teria secado os rios e lagos, forçando os animais adaptarem-se ao solo seco. Durante o Eoceno também ocorreram outras derivações das quais evoluiriam outras espécies. Talvez uma das mais bem estudadas seja a família Dinotheriidae, à qual pertencia o Dinotherium. Muito parecido com os elefantes mas as suas presas encontravam-se no maxilar inferior. Julga-se que esta espécie existiu há cerca de 25 M.A., tendo desaparecido há cerca de 1 milhão de anos. Viveu em África, na Europa e sul da Ásia, tinha o mesmo tamanho que o actual elefante africano.
Com o passar do tempo, surgiram novas espécies. Durante o período Oligoceno existiu um animal chamado Palaomastodonte. Embora não possuísse tromba e presas desenvolvidas, o seu nariz e dentes já começavam a desenvolver-se. Esta espécie é referida como um antepassado dos elefantes.
- Mastodonte e mamute
No período Terciário tardio o Palaomastodonte deu lugar aos mastodontes -elefantes da Era Glacial – o Platybelodonte (espécie de mastodonte) existiu durante a época do Mioceno e o Amdelodonte durante o Plioceno.
Outro mastodonte que demonstrou ter uma forma mais eficiente e que também surgiu durante o Terciário tardio, foi o Gomphotherium. Este mamífero chegou a ocupar o Norte de África, Europa, Ásia e América do Norte. Tinha duas presas em ambas as mandíbulas. Pensa-se que já tinha uma tromba que embora não fosse muito grande já se encontrava bem definida. A tromba é um prolongamento do nariz mas tomou outras funções importantes. Aplicando as teorias de Lamarck sobre evolução das espécies, uma das razoes será que a tromba teria se desenvolvido, pois como os mastodontes eram animais de grande porte, tinham dificuldade em beber a água do chão, portanto iriam começar a desenvolver mais o órgão em questão e ao se reproduzirem passavam à descendência essa característica. Segundo uma perspectiva darwinista, os mastodontes que eram dotados de uma tromba maior, estavam mais aptos consequentemente seguindo a teoria deste cientista, ao sobreviverem mais e logo reproduzirem-se mais essa característica daí para a frente iria vingar. A tromba era assim essencialmente usada não só para beber como para cheirar e também tinha outros fins como para poder identificar a forma, a textura e a temperatura de um objecto, acariciar outros indivíduos ou como forma de ataque.
Este animal tinha o tamanho aproximado do elefante asiático. Embora tenha desaparecido no Pleistoceno, julga-se que deu lugar ás famílias Mammutidae e Elephantidae.
De acordo com processos evolutivos a tromba dos mastodontes cresceu, as presas da mandíbula inferior desapareceram, as presas da mandíbula superior aumentaram de tamanho, chegando a atingir o mesmo comprimento que o corpo, em certas espécies como o Anancus arvernensis do sul de França. Tal desenvolvimento das presas da mandíbula superior justifica-se pelo facto de que os seres em questão utilizavam as suas presas em combates e para cavar a neve em busca de vegetação – eles eram herbívoros
Continuaram a adaptar-se a novos habitats e a dispersar-se por novas regiões. Pouco depois da união das Américas, pelo menos uma espécie de mastodontes, Cuvierinius, estabeleceu-se na América do Sul.
Outros permaneceram na Euroásia e América do Norte, emigrando para o norte na primavera e para o sul no Outono. Entre eles encontravam-se os mamutes que viveram que viveram há dez mil anos.
A glaciação mais recente teve início há cerca de 90 mil anos e estendeu-se até 10 mil anos atrás. O intenso frio que se abateu sobre o planeta levou à extinção muitas das espécies animais que viveram naquela época, como todas as espécies de mamutes e mastodontes pois não possuíam as características necessárias de adaptação a esse meio e não se tendo verificado alterações no seu fundo genético que permitissem essa mesma adaptação, essas espécies acabariam por se extinguir.
O mamute é assim, um animal que se extinguiu à aproximadamente 10 mil anos, e que pertence à família Elephantidae incluída nos proboscídeos.
Tal como os elefantes, estes animais apresentavam tromba e presas de marfim encurvadas, que podiam atingir cinco metros de comprimento, mas tinham o corpo coberto de pelo. Esta evolução que determinou o surgimento dessa nova característica em relação aos seus ancestrais, aplicando a teoria de Darwin, é explicada da seguinte forma: os mamutes habitavam na Europa, norte da Ásia e América do Norte onde o clima era bastante frio. Havendo variabilidade intra-especifica, existem nas populações variações naturais, por exemplo no tamanho dos membros, logo no caso estudado, na população de mamutes, os indivíduos mais aptos às condições do meio onde se encontravam eram aqueles que estavam mais protegidos das baixas temperaturas, portanto, aqueles que possuíam mais pelo no corpo. Ao estarem mais aptos, sobreviviam mais em relação aos restantes indivíduos, e assim ao se reproduzirem passaram as suas características à descendência.
Os elefantes são os membros da família Elephantidae, pertencendo: à Ordem Proboscidea; à Classe Mammalia; ao Filo Chordata e ao Reino animalia.
Actualmente só existem três espécies, a asiática, Elephas sp, e duas africanas: Loxodonta africana, da savana, e Loxodonta cyclotis, que vive nas florestas.
Por terem sofrido uma evolução separada por milhões de anos, as duas espécies apresentam algumas diferenças anatómicas. O elefante africano é o maior e o mais pesado. Outrora, habitava todo o continente, com excepção das zonas mais áridas, como o Saara e o deserto da Namíbia.
Mas, actualmente desapareceu do norte de África. O elefante africano pode atingir 4 metros de cernelha, sendo o das florestas equatoriais muito mais pequeno. O elefante asiático, que geralmente habita nas florestas, não ultrapassa os 3 metros de cernelha, poderemos explicar este facto afirmando que, vivendo este elefante na floresta, tendo menores dimensões está mais apto nesse local pois é possível a sua deslocação entre as árvores. As suas orelhas são mais pequenas, visto que as do elefante africano são grandes possibilitando assim uma melhor refrigeração do corpo face às altas temperaturas do meio onde vive. As presas do elefante asiático mais direitas e mais curtas, frequentemente pouco desenvolvidas.
Ao longo da história, os elefantes foram utilizados pelo Homem para várias funções, como transporte, entretenimento e guerra.
A caça dos elefantes teve consequências a nível evolutivo. Visto que o objectivo primordial dos caçadores eram as presas, os animais que não as tinham graças a uma mutação genética, foram favorecidos. O processo resultou numa selecção artificial das populações de elefantes, onde os animais sem presas passaram de 1% do total a representar, em certos locais, cerca de 30% dos indivíduos.
O elefante é, igualmente, vítima da regressão da floresta húmida, que constitui um dos seus habitats naturais, e que diminui, em cada dia que passa, cerca de 40 ha por minuto.
Leonor Caetano, 11º1A