A evolução por selecção natural, conceito fundamental proposto por Darwin, é uma teoria sobre as origens da adaptação, complexidade e diversidade dos seres vivos que habitam a Terra.
No essencial, o conceito defende que pequenas diferenças, aleatórias e hereditárias, entre vários indivíduos resultam em possibilidades diferentes de sobrevivência e reprodução: sucesso para alguns, morte sem descendência para outros. O mecanismo é simples: os indivíduos que, num determinado espaço e tempo, possuem caracteres mais favoráveis, têm maior probabilidade de sobreviver e de os transmitir à geração seguinte. Esta eliminação selectiva natural conduz a mudanças significativas na forma, dimensão, defesa, cor, bioquímica e comportamento dos respectivos descendentes.
Parafraseando Darwin, “pode dizer-se, metaforicamente, que a selecção natural procura, a cada instante e em todo o mundo, as variações mais ligeiras; repele as que são nocivas, conserva e acumula as que são úteis; trabalha em silêncio, insensivelmente, por toda a parte e sempre, desde que a ocasião se apresente para melhorar todos os seres organizados relativamente às suas condições de existência orgânicas e inorgânicas. Estas transformações lentas e progressivas escapam-nos até que, no decorrer das idades, a mão do tempo as tenha marcado com o seu sinete e então damos tão pouca conta dos períodos geológicos decorridos, que nos contentamos em dizer que as formas viventes são hoje diferentes das que foram outrora.”
As rápidas alterações climáticas registadas nas últimas décadas estão, no entanto, a perturbar este processo. Se é um facto incontestável que variações bruscas no clima são uma constante na história do planeta, é também verdade que essas modificações se processam hoje a um ritmo constante, repetido, e não cíclico, causando, por isso, perturbações nos ecossistemas, e agravando o estado de espécies atingidas por outros factores negativos, como a perda de habitat, a poluição ou a introdução de espécies invasoras.
Tal é o caso dos recifes de coral que, estando já afectados pelas contínuas pressões causadas pela poluição e destruição por embarcações, atingem agora o limiar de tolerância em termos do aumento da temperatura da água. O contínuo aquecimento das águas pode traduzir-se na extinção dos recifes, caso não sejam encontradas colónias resistentes à subida de temperatura.
Um estudo publicado pela revista Nature (2004) sobre os possíveis impactos de um cenário de alterações climáticas moderadas em 1.103 espécies de mamíferos, aves, anfíbios, répteis, borboletas e outros invertebrados, em seis zonas ricas em termos de biodiversidade, mostrou que 15 a 37% dessas espécies poder-se-ão extinguir até 2050. Segundo Lee Hannah, um dos co-autores, o “estudo mostra que as alterações climáticas são a maior ameaça à biodiversidade”, isto porque aceleram o processo de selecção natural, determinado por modificações ambientais antropogénicas, tornando-o quase ininterrupto. As alterações no meio tornam-se tão bruscas e extremas, que dificilmente são encontrados indivíduos mais aptos ao novo clima, traduzindo-se no desaparecimento de espécies, com consequente perda de biodiversidade.
De acordo com o UICN (Congresso da União Internacional para a Conservação da Natureza), realizado na Tailândia, pelo menos 27 espécies foram extintas nos últimos 20 anos, evolução que, de outro modo, demoraria muito mais tempo.
O clima – ou a sua ruptura, tal como o conhecíamos – transformou-se no tema “quente” do momento, e a necessidade de acção para prevenir um desastre irreparável parece imergir finalmente como prioridade mundial. Cada vez mais as alterações climáticas são um factor invisível, uma mão que se interpõe no “pulsar” biológico.
Citando Jeffrey McNeely, “cada vez que perdemos uma espécie, estamos a cortar uma cadeia de vida que evoluiu há 3,5 mil milhões de anos”.
No essencial, o conceito defende que pequenas diferenças, aleatórias e hereditárias, entre vários indivíduos resultam em possibilidades diferentes de sobrevivência e reprodução: sucesso para alguns, morte sem descendência para outros. O mecanismo é simples: os indivíduos que, num determinado espaço e tempo, possuem caracteres mais favoráveis, têm maior probabilidade de sobreviver e de os transmitir à geração seguinte. Esta eliminação selectiva natural conduz a mudanças significativas na forma, dimensão, defesa, cor, bioquímica e comportamento dos respectivos descendentes.
Parafraseando Darwin, “pode dizer-se, metaforicamente, que a selecção natural procura, a cada instante e em todo o mundo, as variações mais ligeiras; repele as que são nocivas, conserva e acumula as que são úteis; trabalha em silêncio, insensivelmente, por toda a parte e sempre, desde que a ocasião se apresente para melhorar todos os seres organizados relativamente às suas condições de existência orgânicas e inorgânicas. Estas transformações lentas e progressivas escapam-nos até que, no decorrer das idades, a mão do tempo as tenha marcado com o seu sinete e então damos tão pouca conta dos períodos geológicos decorridos, que nos contentamos em dizer que as formas viventes são hoje diferentes das que foram outrora.”
As rápidas alterações climáticas registadas nas últimas décadas estão, no entanto, a perturbar este processo. Se é um facto incontestável que variações bruscas no clima são uma constante na história do planeta, é também verdade que essas modificações se processam hoje a um ritmo constante, repetido, e não cíclico, causando, por isso, perturbações nos ecossistemas, e agravando o estado de espécies atingidas por outros factores negativos, como a perda de habitat, a poluição ou a introdução de espécies invasoras.
Tal é o caso dos recifes de coral que, estando já afectados pelas contínuas pressões causadas pela poluição e destruição por embarcações, atingem agora o limiar de tolerância em termos do aumento da temperatura da água. O contínuo aquecimento das águas pode traduzir-se na extinção dos recifes, caso não sejam encontradas colónias resistentes à subida de temperatura.
Um estudo publicado pela revista Nature (2004) sobre os possíveis impactos de um cenário de alterações climáticas moderadas em 1.103 espécies de mamíferos, aves, anfíbios, répteis, borboletas e outros invertebrados, em seis zonas ricas em termos de biodiversidade, mostrou que 15 a 37% dessas espécies poder-se-ão extinguir até 2050. Segundo Lee Hannah, um dos co-autores, o “estudo mostra que as alterações climáticas são a maior ameaça à biodiversidade”, isto porque aceleram o processo de selecção natural, determinado por modificações ambientais antropogénicas, tornando-o quase ininterrupto. As alterações no meio tornam-se tão bruscas e extremas, que dificilmente são encontrados indivíduos mais aptos ao novo clima, traduzindo-se no desaparecimento de espécies, com consequente perda de biodiversidade.
De acordo com o UICN (Congresso da União Internacional para a Conservação da Natureza), realizado na Tailândia, pelo menos 27 espécies foram extintas nos últimos 20 anos, evolução que, de outro modo, demoraria muito mais tempo.
O clima – ou a sua ruptura, tal como o conhecíamos – transformou-se no tema “quente” do momento, e a necessidade de acção para prevenir um desastre irreparável parece imergir finalmente como prioridade mundial. Cada vez mais as alterações climáticas são um factor invisível, uma mão que se interpõe no “pulsar” biológico.
Citando Jeffrey McNeely, “cada vez que perdemos uma espécie, estamos a cortar uma cadeia de vida que evoluiu há 3,5 mil milhões de anos”.
Ana Filipa Louro, 11º 1A
Bibliografia:
Darwin, C. A Origem das Espécies; Lello e irmão editores, Porto. 505pp.
Gallavotti, B. (2002); Segredos da vida; Asa editores, Portugal, 95pp.
Dias da Silva, A; Gramaxo, F; Santos, M.E; Mesquita, A.F; Baldaia, L; Félix, J.M. (2007); Terra, Universo de Vida, 1ªparte; Porto Editora, Portugal. 192pp.
www.ambienteonline.pt (20.12.07)
www.quercus.pt (22.12.07)
www.ecosfera.publico.pt (20.12.07)
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