quarta-feira, março 21, 2007

Estromatólitos

O termo estromatólito provém do grego strôma, que significa "o que cobre" ou "tapete", e de líthos, que significa pedra.

Um estromatólito é uma rocha formada por tapete de limo produzido por micróbios no fundo de mares rasos, que se acumula até formar uma espécie de recife. São as evidências de vida mais comuns durante o período Pré-câmbrico, ou seja, de cerca de 3500 milhões de anos.

São fósseis que foram originados por bactérias e cianofitas que, ao captarem os carbonatos existentes nos meios onde viviam, e ao metabolizá-los, os depositavam nas suas membranas celulares e, assim, foram-se desenvolvendo em camadas sucessivas, alternando com partículas sedimentares sobre um substrato rígido.

Desenvolvem-se como um tapete de colónia de cianobactérias dependentes da energia da luz solar para se alimentar e crescer, recolhendo-se em estado dormente à noite para porções mais internas do montículo por elas criado e voltando no dia seguinte à superfície; nestes processos, segregam carbonato de cálcio que fixa e cimenta finas partículas dispersas na água o que origina as lâminas que se sobrepõem e fazem crescer os montículos que tendem a formar colunas verticalizadas. São, assim, estruturas em forma de um recife, que podem medir de um decímetro a um metro, carbonáticas, com formas geralmente colunares finamente laminadas, construídas por acção de bactérias.

Existem vários tipos de estromatólitos:

Þ Os LLH são estromatólitos estratiformes, característicos de ambientes de menor energia.

Þ Os LLH-SH são um tipo intermediário entre LLH e SH.

Þ Os SH são um tipo de estromatólito de forma colunar, característicos de zonas agitadas.

Þ Os SS são estromatólitos oncólitos, que são esferoidais e que se apresentam de modo irregular ou com a forma de um domo, ou seja, de um dobramento convexo mais ou menos simétrico, com diâmetro máximo com cerca de 30cm, e que crescem por adição de lâminas curvas com a convexidade voltada para cima e com estrutura concêntrica. Estes estromatólitos são primariamente soltos, isto é, não fixados a um substrato. Designam-se por collenia.

As ilustrações seguintes mostram os tipos de estromatólitos e onde é o seu habitat:

Os estromatólitos são, assim, dos fósseis mais antigos que se conhecem, tendo surgido no Pré-câmbrico Inferior, e alcançado grande desenvolvimento no Pré-câmbrico Superior.

A partir do início do Paleozóico a sua importância diminuiu muito, provavelmente devido à acção de organismos que se alimentavam da matéria orgânica neles contida. Os ambientes fortemente salinos, existentes nos mares actuais, impedem a acção dos predadores. Contudo, os estromatólitos são raros nos oceanos modernos apesar de terem sido observados em lagos salinos alcalinos. Ocorrem também em lagos menos salinos de regiões frias, em mares rasos e quentes e também foram observados em ambientes aquáticos de águas doces, sendo mais frequentes em pequenas profundidades.

Foram descobertos estromatólitos “vivos” em grande quantidade em Shark Bay, Austrália, em 1954, associados a lagunas hipersalinas, onde foi calculado o crescimento colunar dos estromatólitos actuais como sendo de 0,5 mm por ano; assim, uma estrutura de 1m de altura corresponde a uma idade de 2.000 anos do estromatólito.

Entre outras coisas, os estromatólitos são a evidência mais antiga da vida que se conhece na Terra. São organismos que mantiveram a sua linha evolutiva sendo também os primeiros recicladores de carbono. Foram os primeiros produtores de oxigénio e os primeiros formadores de zonas de recifes.

As cianobactérias que participavam na construção dos estromatólitos, foram possivelmente responsáveis pela geração de parte do oxigénio da atmosfera primitiva terrestre, realizando a fotossíntese e fornecendo a energia e o carbono, directa ou indirectamente, para uma vasta comunidade de seres vivos, sendo a forma de vida dominante por mais de 2 mil milhões de anos.

Carlos Ruivo, 10º 1A

2 comentários:

João Raposo disse...

acho que vos falta um zero na idade dos estromatolitos, no blog dizem 3500 milhoes de anos mas são 35.000 milhoes de anos.

accaodirecta@gmail.com

Geração Ecovalsassina disse...

Obrigado pela participação no nosso blogue.
Achamos que o valor apresentado está correcto.
De referir que a Terra tem cerca de 4600 Milhões de anos, pelo que tanbém por este motivo o valor sugerido de 35000 milhões não pode estar certo.
Para mais detalhes sugerimos a consulta de http://www.ucmp.berkeley.edu/bacteria/cyanofr.html; http://www.wmnh.com/wmel0000.htm; ou http://www.sharkbay.org/default.aspx?WebPageID=129.